Família de Moïse desiste de concessão de quiosque onde congolês foi morto
Segundo representante da OAB-RJ, eles estão com medo de represálias e querem conversar com a prefeitura do Rio
SBT Notícias
Familiares de Moïse Kabagambe, espancado até a morte na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, desistiram de receber a concessão dos quiosques onde o congolês foi morto por medo de sofrer represálias, segundo representantes da OAB-RJ. A família quer marcar uma reunião com a prefeitura e Orla Rio para discutir alternativas em relação ao local onde será feito um memorial para a vítima.
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A Orla Rio deu a concessão dos quiosques Biruta e Tropicália à família do refugiado após o episódio de violência que chocou o Brasil e causou muita indignação, mas os familiares afirmam que não se sentiriam seguros trabalhando no local onde o filho deles foi assassinado.
O congolês de 24 anos, que vivia no Brasil desde criança como refugiado, foi assassinado em 24 de janeiro após cobrar uma dívida com o patrão, no local onde trabalhava.
Investigação
Na última 3ª feira (8.fev), o irmão e o tio de Moïse, Djodjo Kabagambe e Yannick Kamanda, participaram de audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa no Senado, afirmando que o vídeo divulgado da morte do jovem congolês foi editado e que nem todos os participantes foram presos.
Eles pediram ajuda dos policiais e de testemunhas para que as pessoas ainda não investigadas pelo crime fossem identificadas. "Há sim participação de outras pessoas, quanto em qualidade de omissão de socorro e agressões, mas esse vídeo não está parecendo. Sem a prisão de todos os envolvidos minha família não se sentirá segura", disse o tio do congolês.
Após a denúncia, a Comissão afirmou que iria monitorar as investigações do caso. Até o momento, 12 testemunhas foram ouvidas e três homens foram presos pelas agressões que levaram à morte de Moïse. O taco de beisebol, usado no crime, também foi apreendido pelos policiais, que informaram ter sido descartado em um mato perto do quiosque.
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