São Paulo tem 64% de ocupação em leitos pediátricos de UTI
Rede de saúde sofre com o aumento expressivo de casos de covid-19
SBT Brasil
A rede de saúde de São Paulo já sente os reflexos da alta expressiva de casos de covid-19. No hospital da Brasilândia, referência na capital paulista, quase todos os leitos de UTI estão ocupados.
Ansiosa e atrás de informações. Foi assim que manicure Patrícia Silva chegou ao Hospital Municipal da Brasilândia, onde o tio, de 74 anos, está internado com covid-19. Segundo ela, foram dois dias numa unidade de pronto atendimento à espera de uma vaga.
"Não tinha leito. A informação que a gente teve foi que ele poderia ir para qualquer hospital, tanto perto quanto mais longe, estava esperando uma vaga literalmente", conta a manicure.
O hospital, na zona norte, referência no tratamento da doença, voltou a ficar lotado. Segundo a secretaria municipal da Saúde, a UTI funciona com 95,2% da capacidade.Já na enfermaria, 89,9% dos leitos estão ocupados.
Em toda a capital, a taxa de ocupação dos leitos de UTI nos hospitais da rede pública é de 69% e 66% nas enfermarias.
A quantidade de crianças e adolescentes internados com covid-19 também aumentou nos hospitais públicos e particulares da capital paulista. No Hospital Sabará, referência no atendimento infantil, o número de pacientes já é quatro vezes maior que o registrado no mês passado inteiro.
Em dezembro, 75 crianças com sintomas respiratórios foram atendidas no Pronto-Socorro do hospital. Nos primeiros 15 dias de janeiro, o número saltou para 319.
"A gente tem internado aqui principalmente crianças com menos de 12 anos. Um percentual significativo de crianças pequenas, com menos de 2 anos, e essa é uma faixa também de risco, e um número menor de adolescentes", afirma Francisco Ivanildo Oliveira Júnior, gerente-médico e infectologista do hospital
O estado de São Paulo conta atualmente com mais de 800 leitos pediátricos de enfermaria, mais da metade estão sendo usados (55,9%). Dos 400 leitos de UTI, a taxa de ocupação é maior ainda (64%), e o que mais preocupa: 81% por cento das crianças ainda não tomaram a vacina no estado.