Cientista de dados é preso somente por reconhecimento fotográfico
Após repercussão, Polícia Civil informou que não renovará pedido de prisão temporária
SBT Brasil
A Polícia Civil acusou o cientista de dados, Raoni Rocha Barbosa, de 34 anos, de integrar uma milícia em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Segundo a defesa, a única prova do inquérito é uma foto, pela qual ele teria sido reconhecido.
Raoni trabalhava em uma multinacional e pretendia se casar com a noiva, quando foi preso e encaminhado para um presídio na zona norte do Rio de Janeiro. O advogado ainda afirma que testemunhas disseram que o suspeito morava em Duque de Caxias e o acusado não vive no local.
Em função da pandemia, visitas foram proibidas. Por isso, ele não teve mais nenhum contato com parentes.
"O Superior Tribunal de Justiça já deixou claro, em várias decisões, que não basta o reconhecimento fotográfico para levar qualquer pessoa à prisão. E nós temos dois problemas. Um: apenas o reconhecimento fotográfico levou à prisão. Dois: a pessoa que está presa não é a pessoa da foto", afirma o presidente da comissão de direitos humanos da OAB RJ.
A Justiça ainda não analisou o pedido de Habeas Corpus para que ele possa sair da cadeia. A polícia informou que vai abrir uma sindicância interna, porque o reconhecimento facial não pode ser o único fator determinante para pedir a prisão de suspeitos. Além disso, afirmou que não vai renovar o pedido de prisão temporária de Raoni.