SP anuncia "operação de guerra" e novo hospital de campanha
Beirando os 80% da ocupação de leitos de UTI Covid-19, estado bate recordes sucessivos de internações
Jean Gorinchteyn, secretário de saúde de SP, em entrevista coletiva
SBT Jornalismo
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Dois dias depois de anunciar medidas mais restritivas, que terão início no sábado (6), o governo de São Paulo pontuou novas ações na sexta-feira (5) para enfrentar a gravidade da pandemia de coronavírus no estado.
Ainda pela manhã, um protesto de caminhoneiros interrompeu o trânsito na capital paulista. Os motoristas rechaçam as restrições que serão impostas nos próximos dias em todos os municípios de São Paulo.
Durante a tarde, na coletiva de imprensa realizada no Palácio dos Bandeirantes, foi anunciada a criação de um novo hospital de campanha na capital para dar conta da demanda altíssima de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Detalhes do novo centro médico serão falados na próxima segunda (8). A cidade ultrapassou os 80% do número de leitos de UTI ocupados. O local também não foi divulgado e em situações anteriores, o governo chegou a falar sobre a volta dos hospitais de campanha, porém dedicados às UTIs e não aos leitos de enfermaria, como eram os do estádio do Pacaembu, por exemplo.
"Operação de guerra"
Jean Gorinchteyn, Secretário Estadual de Saúde, considerou a situação como uma "operação de guerra" e pediu ajuda para que o atendimento seja feito em qualquer lugar dentro dos hospitais. "Vai ter paciente no corredor, o que não queremos são pacientes desassistidos", afirmou, solicitando que conselhos regionais de saúde convoquem voluntários para atuar na "guerra", sendo fisioterapeutas, médicos e enfermeiros.
Por outro lado, o governador João Doria (PSDB) afirmou que quer atender os pacientes dignamente - "nós não queremos atender pacientes nos corredores" - comentando sobre a declaração de Gorinchteyn. Na quarta (3) foi anunciada a criação de 500 novos leitos no estado.
São Paulo tem 77,4% dos leitos ocupados e 7.892 pacientes internados em UTIs Covid-19. Na Região Metropolitana, o percentual vai a 79,1%, números recordes. 2.484 pessoas foram internadas, em todos os leitos, na sexta. Mais um triste recorde desde o início da pandemia.
