São Paulo antecipou anúncio de vacina para pressionar a Anvisa
Início da vacinação será em 25 de janeiro, segundo o governador João Doria
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O anúncio do início da vacinação em São Paulo para 25 de janeiro, antes da aprovação da Coronavac pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), foi uma estratégia do governo paulista para pressionar o órgão responsável pela liberação do imunizante. Integrantes da equipe do governador João Doria (PSDB) temem que o órgão retarde a avaliação sanitária e, com isso, a distribuição das doses em São Paulo seja adiada.
Dias antes do anúncio, Doria já havia criticado o governo federal pela perspectiva de deflagrar o plano de imunização contra a covid-19 a partir de março. Se houver demora em aprovar a coronavac, a perspectiva do governo estadual é de que a liberação seja judicializada e acabe analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, explicou em coletiva de imprensa que o governo atua em duas frente para obter a liberação da Anvisa: foi feito um pedido de registro comum e outro emergencial, modalidade disponibilizada pela agência durante a pandemia.
Em pronunciamento nesta 2ª feira (7.dez), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), disse que o Congresso pretende votar até 5ª (10) uma medida provisória com a criação de um cronograma para a aprovação da vacina contra o coronavírus no país. "É muito grave que o Brasil não defina logo um plano, não resolva de forma definitiv a qual é o caminho, como o governo vai trabalhar e também como o governo vai orientar o setor privado em relação às vacinas", disse.
Em nota oficial divulgada no fim de novembro, a Anvisa afirmou que o governo paulista ainda não entregou os resultados do estudo clinico da coronavac, documento essencial para a aprovação. O órgão esclareceu também que o Instituto Butantan alegou não ter finalizado ainda o pacote de informações necessárias para a avaliação da vacina. Entre os testes de efetividade mais importantes, está a taxa de contaminação por parte dos voluntários que receberam a versão placebo da vacina, o que ainda não teria dado tempo suficiente de acontecer. A reportagem procurou o órgão nesta segunda-feira sobre a aprovação da coronavac, mas ainda não obteve resposta.
Desde o início do governo Bolsonaro, cargos importantes da Anvisa têm sido ocupados por militares como uma forma de alinhamento ao Planalto. Até o surgimento da pandemia provocada pelo coronavírus, a queda de braço mais relevante entre integrantes do órgão e o governo havia sido durante a liberação do plantio da maconha para fins medicinais. A medida foi rejeitada pela maioria após sucessivos adiamentos das votação, e culminou na troca do então presidente da Anvisa, o médico William Dib, pelo contra-almirante da Marinha, Antônio Barra Torres. Recentemente, Bolsonaro indicou o tenente-coronel Jorge Luiz Kormann para cargo de diretoria no órgão, apesar de não ter experiência na área da saúde. Ele deverá passar por sabatina no Senado antes de assumir o cargo.
Dias antes do anúncio, Doria já havia criticado o governo federal pela perspectiva de deflagrar o plano de imunização contra a covid-19 a partir de março. Se houver demora em aprovar a coronavac, a perspectiva do governo estadual é de que a liberação seja judicializada e acabe analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, explicou em coletiva de imprensa que o governo atua em duas frente para obter a liberação da Anvisa: foi feito um pedido de registro comum e outro emergencial, modalidade disponibilizada pela agência durante a pandemia.
Em pronunciamento nesta 2ª feira (7.dez), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), disse que o Congresso pretende votar até 5ª (10) uma medida provisória com a criação de um cronograma para a aprovação da vacina contra o coronavírus no país. "É muito grave que o Brasil não defina logo um plano, não resolva de forma definitiv a qual é o caminho, como o governo vai trabalhar e também como o governo vai orientar o setor privado em relação às vacinas", disse.
Em nota oficial divulgada no fim de novembro, a Anvisa afirmou que o governo paulista ainda não entregou os resultados do estudo clinico da coronavac, documento essencial para a aprovação. O órgão esclareceu também que o Instituto Butantan alegou não ter finalizado ainda o pacote de informações necessárias para a avaliação da vacina. Entre os testes de efetividade mais importantes, está a taxa de contaminação por parte dos voluntários que receberam a versão placebo da vacina, o que ainda não teria dado tempo suficiente de acontecer. A reportagem procurou o órgão nesta segunda-feira sobre a aprovação da coronavac, mas ainda não obteve resposta.
Desde o início do governo Bolsonaro, cargos importantes da Anvisa têm sido ocupados por militares como uma forma de alinhamento ao Planalto. Até o surgimento da pandemia provocada pelo coronavírus, a queda de braço mais relevante entre integrantes do órgão e o governo havia sido durante a liberação do plantio da maconha para fins medicinais. A medida foi rejeitada pela maioria após sucessivos adiamentos das votação, e culminou na troca do então presidente da Anvisa, o médico William Dib, pelo contra-almirante da Marinha, Antônio Barra Torres. Recentemente, Bolsonaro indicou o tenente-coronel Jorge Luiz Kormann para cargo de diretoria no órgão, apesar de não ter experiência na área da saúde. Ele deverá passar por sabatina no Senado antes de assumir o cargo.
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