Jornalismo
SP: Emissão de declarações de óbito sobrecarrega socorristas do SAMU
Para os socorristas, a medida, que passou a valer durante a pandemia da Covid-19, está limitando a principal função do SAMU: a de salvar vidas
SBT News
• Atualizado em
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Com a suspensão do serviço de verificação de óbitos para vítimas de morte natural sem acompanhamento médico, devido ao risco de contaminação pelo novo coronavírus, o Governo de São Paulo transferiu para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o SAMU, a tarefa de emitir declarações de óbito.
No entanto, a medida, válida durante a pandemia, tem sobrecarregado os socorristas, que, por não serem especializados em necropsia, têm dedicado horas para emitir as declarações, ao invés de prestar atendimentos.
Um médico do SAMU, que prefere não se identificar, conta como tem sido a rotina dos profissionais, que atendem os 1521 quilômetros quadrados da capital paulista: "A equipe tem que fazer o exame completo da vítima, ver se realmente foi uma morte de causas naturais. É preciso se fazer o preparo do corpo, que também não é atribuição do SAMU, a coleta de exame de Covid. Estamos vivendo a epidemia, e essa morte pode ter sido causada pela Covid. A gente precisa respeitar o momento da família e, por fim, ainda temos que fazer a tal da autopsia verbal, que são mais de 100 quesitos que precisam ser respondidos".
O socorrista ainda explica que, mesmo depois de todo o procedimento, a causa da morte pode não ser detectada, visto que a equipe não é especializada na função. "Mais de 90% dos casos a nossa declaração de óbito vai com causa de morte a esclarecer. Não somos patologistas, não somos legistas, não temos expertise, qualificação para ficar definindo causa morte", diz o profissional.
A sobrinha da dona Adel Attoy, de 100 anos, conta que, entre idas e vindas da equipe do SAMU, o corpo da idosa esperou 14 horas em casa até que pudesse ser removido pelo serviço funerário. "Quando uma pessoa reclama que uma ambulância demora para chegar, não é culpa deles, cobre do governador e do prefeito da sua cidade", afirma Solange Massaini.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo reconhece que a função principal do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência é atender casos de urgência e de emergência, e que está procurando alternativas para o cumprimento do decreto feito pelo Governo do estado, que decidiu não se pronunciar sobre o assunto.
No entanto, a medida, válida durante a pandemia, tem sobrecarregado os socorristas, que, por não serem especializados em necropsia, têm dedicado horas para emitir as declarações, ao invés de prestar atendimentos.
Um médico do SAMU, que prefere não se identificar, conta como tem sido a rotina dos profissionais, que atendem os 1521 quilômetros quadrados da capital paulista: "A equipe tem que fazer o exame completo da vítima, ver se realmente foi uma morte de causas naturais. É preciso se fazer o preparo do corpo, que também não é atribuição do SAMU, a coleta de exame de Covid. Estamos vivendo a epidemia, e essa morte pode ter sido causada pela Covid. A gente precisa respeitar o momento da família e, por fim, ainda temos que fazer a tal da autopsia verbal, que são mais de 100 quesitos que precisam ser respondidos".
O socorrista ainda explica que, mesmo depois de todo o procedimento, a causa da morte pode não ser detectada, visto que a equipe não é especializada na função. "Mais de 90% dos casos a nossa declaração de óbito vai com causa de morte a esclarecer. Não somos patologistas, não somos legistas, não temos expertise, qualificação para ficar definindo causa morte", diz o profissional.
A sobrinha da dona Adel Attoy, de 100 anos, conta que, entre idas e vindas da equipe do SAMU, o corpo da idosa esperou 14 horas em casa até que pudesse ser removido pelo serviço funerário. "Quando uma pessoa reclama que uma ambulância demora para chegar, não é culpa deles, cobre do governador e do prefeito da sua cidade", afirma Solange Massaini.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo reconhece que a função principal do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência é atender casos de urgência e de emergência, e que está procurando alternativas para o cumprimento do decreto feito pelo Governo do estado, que decidiu não se pronunciar sobre o assunto.
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