Governo inclui Ministério da Defesa entre pastas afetadas pelo corte de gastos
Ministério da Defesa deve ter quase R$ 134 bilhões para gastar em 2025, mas boa parte do valor está comprometida com a aposentadoria dos militares
Murilo Fagundes
Subiu para seis o número de ministérios que devem ser afetados pelo corte de gastos do governo federal. O alvo da vez é o Ministério da Defesa. As outras pastas são: Previdência, Desenvolvimento Social, Saúde, Educação e Trabalho.
Juntos, os seis ministérios concentram quase 90% dos recursos totais dos 39 ministérios. Só o Ministério da Defesa deve ter quase R$ 134 bilhões para gastar no ano que vem, mas boa parte desse valor está comprometida com a aposentadoria dos militares.
A equipe econômica estuda agora, a pedido de Lula, o que pode ser feito para que a pasta também contribua na redução das despesas.
Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), em 2023, as receitas somadas da contribuição militar alcançaram apenas R$ 9,1 bilhões, enquanto as despesas somaram R$ 58,8 bilhões.
O vice-presidente, Geraldo Alckmin, que está no Azerbaijão para participar da COP29, garantiu que o governo adotará uma política fiscal "rigorosa".
"O presidente Lula deixou claro, cumprirá rigorosamente o arcabouço fiscal. Ou seja, déficit primário zero. Então, é compromisso do governo a questão do arcabouço fiscal. O que é importante é ficar claro que o Brasil terá uma política fiscal rigorosa", disse Alckmin.
Esse rigor também é esperado pelo Banco Central. Nesta terça, na ata divulgada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), os diretores do banco defenderam a redução de gastos como forma de induzir o crescimento econômico.