Lula critica embargo a Cuba e defende"reindustrialização sustentável"
Presidente citou desigualdade e disse haver dívida de países ricos com aquecimento global
Lis Cappi
Em posicionamento contrário aos embargos aplicados a Cuba, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, neste sábado (16.set), os embargos aplicados ao país e afirmou que a medida aplicada é "ilegal". As declarações foram apresentadas à Cúpula do G77 + China, que reúne 134 países em desenvolvimento, e começou neste fim de semana na capital Havana.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
"Cuba tem sido defensora de uma governança global mais justa. E até hoje é vítima de um embargo econômico ilegal. O Brasil é contra qualquer medida coercitiva de caráter unilateral. Rechaçamos a inclusão de Cuba na lista de Estados patrocinadores do terrorismo", defendeu.
O presidente também citou a intenção de cooperação entre países em desenvolvimento para projetos científicos e a implementação de uma reindustrialização sustentável, com medidas a serem adotadas em pesos diferentes entre países do Sul e do Norte.
"Faremos isso sem esquecer que não temos a mesma dívida histórica dos países ricos pelo aquecimento global", declarou.
Lula ainda defendeu a proposta de investimento em biocombustíveis e do uso de inteligência artificial. E citou a necessidade de maior inclusão de mulheres entre grupos de pesquisadores.
"É estratégico que o G77 tenha, pela primeira vez, dedicado uma Cúpula ao tema da Ciência, Tecnologia e Inovação. Nos últimos anos, tivemos um aumento na proporção do PIB mundial investido em pesquisa em desenvolvimento. Mas essa elevação não ocorreu de forma uniforme. A América Latina e o Caribe e a África subsaariana foram na contramão dessa tendência. Outras desigualdades persistem. É desanimador que as mulheres perfaçam somente 31% do total de pesquisadores. Precisamos reforçar nossas reivindicações à luz da Quarta Revolução Industrial", declarou.
Veja o pronunciamento: