Agricultura familiar vai receber R$ 77 bilhões do Plano Safra
Segunda etapa do programa terá juros menores para produção sustentável de alimentos
O governo vai destinar R$ 77,7 bilhões a agricultores familiares no Plano Safra para agricultura familiar 2023/2024. O valor corresponde ao crédito rural (Pronaf) e outros estímulos aos produtores. Segundo o governo, o montante é 34% superior ao plano anterior.
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O programa foi lançado nesta 4ª feira (28.jun) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto. Ele pediu que os pequenos produtores se empenhem em utilizar o crédito oferecido. No discurso, Lula criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro, que incentivava o armamento no campo. "Diferentemente de outros presidentes, eu não estou mandando comprar armas. (....) Produzam o máximo possível de alimentos. A grande arma é o povo de barriga cheia", disse.
Uma das principais medidas anunciadas é a redução da taxa de juros de 5% para 4% ao ano para produtores de alimentos. Outras novidades são crédito para máquinas utilizadas na agricultura familiar e uma linha específica para mulheres. O governo espera que as medidas ajude a diminuir os preços dos alimentos.
O evento contou com vários representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, que é alvo de uma CPI na Câmara dos Deputados. Na abertura da cerimônia, a representante do MST, Dirlete Dellazeri, reclamou das dificuldades para assentados e inadimplentes acessarem o crédito. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, declarou que a agricultura familiar e o agronegócio são complementares. "Nunca teve contradição entre a agricultura empresarial e a agricultura familiar, eles são complementares. (...) A agricultura empresarial está indo muito bem, o Brasil se beneficia muito da agricultura empresarial e o mundo também, porque ajuda a alimentar o mundo. Mas a agricultura familiar tem muitas questões específicas que requerem tratamento especial", explicou.
Sustentabilidade
Assim como o plano para grandes produtores anunciado nesta 3ª (27.jun), a segunda etapa vai estimular a sustentabilidade. Os agricultores familiares que optarem por uma produção sustentável de alimentos saudáveis, como orgânicos, produtos da sociobiodiversidade, bioeconomia ou agroecologia, terão juros de 3% ao ano no custeio e 4% no investimento.