No Brasil, Lula vai lidar com cobrança por Ministério do Turismo
Mudanças na Esplanada foram descartadas, segundo Alckmin, mas racha no União continua
Lis Cappi
De volta ao Brasil, após viagem à China - com passagem pelos Emirados Árabes - o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai lidar com o racha no União Brasil, que inclui a atual ministra do Turismo, Daniela Carneiro. Indicada pelo partido para a Esplanada de Lula, Carneiro está entre os que pediram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para deixar a sigla sem perda do mandato. Junto à Corte Eleitoral, o motivo apresentado foi a de "assédio" político pela direção nacional.
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O União Brasil não se manifestou sobre o caso, e ainda não foi comunicado oficialmente pelo TSE. Mas nos bastidores, a cobrança é para que o governo coloque outro nome do partido para ocupar o lugar da ministra - mantendo o Turismo e outros dois ministérios junto ao União, que também indicou Juscelino Filho para a pasta das Comunicações e tem Waldez Goés como parte da cota, na Integração Nacional.
Além da ministra, no meio do racha, outros cinco deputados pediram desfiliação partidária sem perda do mandato: Chiquinho Brazão, Danielle Cunha, Rogério Júnior, Ricardo Martins David e Marcos Bezerra - todos do Rio de Janeiro. Na mesma semana, em uma sinalização ao governo, o União Brasil aderiu a um novo bloco parlamentar na Câmara dos Deputados, ao lado de partidos alinhados a Lula, como PSB e PDT. O grupo reúne nove siglas e é formado por 173 deputados.
O líder do União na Câmara, deputado Elmar Nascimento (BA), disse que não vai comentar sobre a questão da ministra, por considerar se tratar de uma pauta nacional ao partido.
A indicação do governo é manter Daniela Carneiro no Turismo, e não fazer mudanças na Esplanada. Na última semana, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que estava como interino durante as viagens de Lula, afirmou que não serão adotadas reformulações. Há ainda o fato de que Daniela é casada com um aliado do petista, o prefeito de Belford Roxo, Waguinho - que também era do União Brasil e deixou o partido, aderindo ao Republicanos. No 2º turno das eleições, Waguinho e Daniela fizeram palanque para o petista no 2º turno das eleições.