Ataque nas escolas: "Não há comando nacional entre grupos", diz Dino
Investigação aponta ações isoladas de jovens e outras de células extremistas
O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve se reunir com governadores e prefeitos na próxima 3ª feira (18.mar), para planejar uma ação conjunta contra os ataques nas escolas e eventuais fechamentos em casos de ameaças. "Não vamos tomar decisão unilateral", disse o ministro. O governo federal é responsável pela gestão de universidades e institutos federais. As redes estaduais e municipais de ensino são administradas pelos governos locais cabendo a eles as decisões.
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Dino também detalhou que as investigações, até o momento, apontam em duas direções: jovens que agem individualmente por conta de "problemas pessoais de várias naturezas" e outros que são cooptados por grupos extremistas, de viés nazista. Segundo o ministro, ainda não foi identificado um comando único nacional e também não há evidência de conexões internacionais.
Na semana passada, a Polícia Federal (PF) abriu um inquérito para verificar a existência de grupos nazistas e neonazistas que estariam por trás da organização de atentados. O governo identificou uma possível configuração dos crimes de racismo e apologia ao nazismo.
O ministro adianrou que até agora mais de 100 pessoas ligadas a essas células foram localizadas desde que o governo instaurou a Operação Escola Segura, um dia após a tragédia em uma creche de Blumenau (SC) que vitimou quatro crianças no dia 5 de abril.
"Nós temos números bem significativos, são mais de 100 pessoas que foram presas ou apreendidas, dependendo da faixa etária, e isso mostra realmente que nós estamos diante de um problema nacional. Nós temos casos inclusive de jovens adolescentes de um estado sendo dirigidos, por intermédio da internet, de pequenas células situadas em outro estado", explica o ministro.
Segundo Dino, o reforço da segurança nas escolas está ocorrendo diariamente, e milhares de policiais já foram mobilizados em todo o território nacional. O ministro da Justiça descreve que a tendência é que os contingentes subam à medida que as detecções de novas ameaças cheguem até as forças de segurança pública.
* Estagiário sob supervisão de Roseann Kennedy