Bolsonaro se defende e diz que governo passado atendeu indígenas
Após Lula questionar viagens por motociatas, ex-presidente afirmou que falta de amparo é "farsa da esquerda"
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se defendeu das críticas do atual, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a respeito da crise social com comunidades indígenas Yanomamis. Em mensagem divulgada em canal no Telegram, no sábado (21.jan), Bolsonaro afirmou ter atendido à população de Roraima ao longo do governo, e que a falta de apoio para a região é uma "farsa da esquerda".
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A declaração veio após Lula citar o ex-mandatário durante viagem para atender a população indígena do estado. O petista disse que "se ao invés de fazer tanta motociata, ele [Bolsonaro] tivesse vergonha na cara e viesse aqui, quem sabe o povo não estivesse tão abandonado".
Na mensagem, Bolsonaro escreveu que iria expor "a verdade", e que de "2020 a 2022, foram realizadas 20 ações de saúde que levaram atenção especializada para os territórios indígenas". Junto com a mensagem, o ex-presidente compartilhou um link de reportagem do governo, que citava ações em Saúde à época da pandemia.
No texto, publicado em 20 dezembro, o governo havia afirmado que a assistência à população indígena foi uma das prioridades durante a pandemia, e que mais de 53 milhões de atendimentos em atenção básica foram prestados no governo Bolsonaro.
Crise Yanomami
Uma crise social em comunidades indígenas, atribuída ao garimpo ilegal e ao desmatamento, levou milhares da população à situação de fome e desnutrição. Informação do Ministério da Saúde confirma a morte de 570 crianças indígenas. O problema também atinge adultos e idosos de comunidades de Roraima.
Para avaliação e lançamento de propostas, uma comitiva do governo foi criada e visitou a área no sábado. O presidente acompanhou o grupo e, entre as ações anunciadas, fez críticas ao governo Bolsonaro. A Polícia Federal, sob determinação do Ministério da Justiça, irá investigar a eventual crime de genocídio na região.
O Ministério dos Povos Indígenas afirma que 99 das mortes de crianças, entre 1 e 4 anos, ocorreram em 2022.