Economia

2025, o ano dos metais. E o que esperar do cobre para o próximo ano?

A alta do cobre ocorre em um contexto mais amplo de valorização dos metais industriais e preciosos

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Cobre: movimento de valorização é puxado pelo avanço de tecnologias ligadas à inteligência artificial | Monty Rakusen/Getty Image

O cobre ultrapassou os US$ 12 mil por tonelada e está prestes a fechar 2025 com a maior valorização anual desde a crise financeira de 2008. A combinação de demanda crescente por inteligência artificial, estoques baixos e tensões comerciais entre Estados Unidos e China levou o metal ao centro das atenções nos mercados globais.

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Nesta terça-feira (30), o contrato para entrega em três meses do cobre negociado na Bolsa de Metais de Londres (LME) foi cotado a US$ 12.222 por tonelada métrica — uma leve queda em relação ao pico histórico de US$ 12.960 alcançado na véspera. Mesmo com o recuo, o preço acumula alta de 42% em 2025, segundo dados da LME compilados pelo Business Insider. Trata-se do melhor desempenho anual desde 2009.

O elo com a inteligência artificial

O movimento de valorização é puxado principalmente pelo avanço de tecnologias ligadas à inteligência artificial, que requerem grande infraestrutura elétrica e térmica. O cobre é um dos principais condutores usados na construção de centros de dados — e sua escassez se tornou uma preocupação para empresas e governos.

Além da IA, analistas consultados pela publicação americana, entre eles o economista David Rosenberg, apontam um movimento estratégico dos Estados Unidos, que têm aumentado os estoques do metal mesmo antes da imposição de novas tarifas sobre produtos com alto teor de cobre.

Os preços do cobre também dispararam depois que o presidente Donald Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre certos produtos que utilizam o metal em sua fabricação.

O desequilíbrio estrutural entre oferta e demanda é outro fator. As mineradoras enfrentam gargalos logísticos, custos crescentes e um ciclo prolongado de subinvestimentos, especialmente na América Latina, principal região produtora.

Ouro e metais puxam o setor

A alta do cobre ocorre em um contexto mais amplo de valorização dos metais industriais e preciosos. O ouro, por exemplo, acumula alta de mais de 65% no ano, e costuma servir de termômetro para o segmento. A prata, por sua vez, os US$ 75 por onça (31,1 gramas) pela primeira vez em 2025.

O JPMorgan estima que o cobre chegará a US$ 12.500 por tonelada no segundo semestre de 2026, apoiado pela demanda tecnológica e expectativa de afrouxamento tarifário.

Já o Goldman Sachs é ainda mais otimista. Em relatório a clientes, o banco afirma que o metal pode atingir US$ 15.000 por tonelada até o fim da década — o que representaria um avanço de 22% sobre os preços atuais.

O Santander, por outro lado, mantém uma visão construtiva de longo prazo para o cobre, mas, para o curto e médio prazo, o banco adota uma postura mais cautelosa, acreditando que os preços atuais de mercado já precificam essas tendências positivas e as interrupções recentes na oferta. Por isso, o Santander projeta um preço médio para o cobre de aproximadamente US$ 9.920 por tonelada em 2026.

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