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Meta fecha uma das maiores aquisições de sua história ao comprar startup chinesa de IA

Acordo se tornou uma das maiores aquisições da história da Meta, atrás apenas das compras do WhatsApp e da Scale AI

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Meta: novo recurso é dedicado a vídeos curtos gerados por inteligência artificial | Thomas Fuller/SOPA Images/LightRocket /Getty Images

A Meta anunciou a aquisição da startup de inteligência artificial Butterfly Effect por bilhões de dólares. Fundada na China, a empresa desenvolveu o Manus, um agente de IA de propósito geral, lançado em março de 2025. O acordo se tornou uma das maiores aquisições da história da Meta, atrás apenas das compras do WhatsApp e da Scale AI, segundo a ZhenFund, investidora da startup.

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Com a transação, o fundador da Butterfly Effect, Xiao Hong, conhecido como Red, assumirá o cargo de vice-presidente da Meta. A equipe seguirá operando de forma independente, mas integrada ao ecossistema de produtos da companhia. A aquisição ocorre apenas nove meses após o lançamento do Manus, período marcado por crescimento acelerado e rápida adoção global.

Lançamento e rápida adoção do Manus

O Manus foi lançado oficialmente em 6 de março de 2025, apresentado como um agente de IA capaz de executar tarefas complexas de forma autônoma. Diferentemente dos chatbots tradicionais, o sistema interpreta instruções, divide tarefas, utiliza múltiplas ferramentas e entrega resultados completos, como relatórios, análises de dados, roteiros de viagem ou triagens de currículos.

O nome Manus deriva da expressão latina Mens et Manus, que remete à integração entre raciocínio e execução. O lançamento gerou forte repercussão no mercado. Em 48 horas, códigos de acesso — restritos a convites — passaram a ser vendidos por milhares de dólares em plataformas de revenda. O volume de acessos sobrecarregou os servidores da versão de demonstração, o que levou a equipe a ampliar a infraestrutura em caráter emergencial.

Na época, o sócio Zhang Tao afirmou que o produto ainda estava em estágio inicial e apresentava limitações, como erros do modelo e baixa velocidade de execução.

Expansão internacional e rodadas de investimento

Após o lançamento, a Butterfly Effect acelerou sua expansão. Em abril de 2025, a Benchmark Capital liderou uma rodada Série B de US$75 milhões, elevando a avaliação da empresa para cerca de US$500 milhões. O valor representou um aumento de cinco vezes em poucos meses.

Em maio, o Manus foi aberto ao público geral e registrou mais de um milhão de cadastros no primeiro dia. No mesmo período, a empresa concluiu um aumento de capital e formalizou Xiao Hong como representante legal. Em junho, a companhia transferiu sua sede da China para Singapura.

Nos meses seguintes, a empresa manteve um ritmo intenso de ajustes no produto. Em dezembro, anunciou que sua receita recorrente anualizada (ARR) superou US$100 milhões, atingindo o patamar em apenas nove meses. Até então, o sistema havia processado mais de 147 trilhões de tokens e criado mais de 80 milhões de computadores virtuais.

Negociação rápida com a Meta

O crescimento acelerado chamou a atenção da Meta, que ampliou investimentos em inteligência artificial ao longo de 2025. Segundo Liu Yuan, sócio da ZhenFund e investidor-anjo da Manus, as negociações duraram cerca de dez dias. A rapidez chegou a gerar desconfiança interna sobre a veracidade da proposta.

De acordo com o investidor, Mark Zuckerberg e outros executivos da Meta já utilizavam o Manus. A aquisição refletiu tanto uma decisão estratégica quanto afinidade com o produto.

Ao longo do desenvolvimento, a Butterfly Effect atraiu investidores como Sequoia China, Tencent e Wang Huiwen, ex-cofundador da Meituan.

Estratégia de produto e posicionamento global

Parte do sucesso do Manus está ligada ao seu posicionamento. A empresa adotou uma estratégia baseada em uma plataforma de uso geral, em vez de focar inicialmente em aplicações verticais. A equipe buscou construir uma base ampla e, a partir do comportamento dos usuários, otimizar funções específicas.

Segundo a empresa, os usuários não pagam apenas pelas capacidades técnicas da IA, mas pela confiabilidade e pela capacidade de entregar resultados consistentes.

Desde o lançamento, o produto priorizou o mercado internacional. O site e os materiais promocionais foram apresentados em inglês. Dados da aiwatch.ai indicam que, em julho de 2025, as principais fontes de tráfego vieram do Brasil (12,52%), Estados Unidos (10,81%), China (9,56%), Índia (7,29%) e Egito (4,55%).

A equipe realizou viagens a países como Estados Unidos, França, Japão, Coreia do Sul e Singapura, além de investir em publicidade offline. Em meados de 2025, Xiao Hong publicou uma foto ao lado de Zhang Tao e do CEO da Microsoft, Satya Nadella. Pouco depois, a Manus anunciou parceria com o Microsoft Azure AI Foundry.

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