Minuta do golpe foi escrita por mais de uma pessoa, diz Flávio Dino
Segundo ministro, documento encontrado na casa de Torres foi elaborado por "algumas pessoas do direito"
O ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, Flávio Dino, disse, nesta 4ª feira (18.jan), que a minuta do decreto golpista encontrada na casa de Anderson Torres foi escrita por mais de uma pessoa.
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"No mínimo, a investigação é necessária, uma vez que o decreto era o início da execução de um crime, é preciso investigar as condições, quem é que escreveu. O que eu posso afirmar, lendo o decreto e com 33 anos de experiência profissional, não foi apenas uma pessoa que escreveu aquilo lá", disse o ministro, em entrevista ao programa Perspectivas, do SBT News.
"Porque está bem escrito. Não foi uma pessoa que acordou, de um pesadelo, de um delírio, um sonho, e escreveu aquilo, havia um coletivo. Algumas pessoas do direito, infelizmente, que se dedicaram a formular um plano criminoso", afirmou.
A minuta encontrada na casa de Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF, era uma proposta de decreto para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) instaurar Estado de Defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A medida poderia alterar o resultado das eleições que deram vitória ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O documento será incluído no processo que apura possíveis ilegalidades cometidas por Bolsonaro no encontro com embaixadores em que questionou o processo eleitoral brasileiro.
"Eu conheço texto jurídico, aquele texto foi aprimorado com muitas mãos e muitas cabeças", declarou Dino. Na última semana, o ministro da Justiça afirmou que a minuta pode estar associada aos ataques terroristas que aconteceram em Brasília no dia 8 de janeiro. Segundo Dino, o documento estará na investigação dos atos.