Publicidade
Governo

Brasil critica visita de ministro de Israel a local sagrado em Jerusalém

Ação foi vista como uma provocação por palestinos; Em nota, Itamaraty defendeu solução de dois Estados

Imagem da noticia Brasil critica visita de ministro de Israel a local sagrado em Jerusalém
Itamar Ben-Gvir no complexo considerado sagrado por muçulmanos
• Atualizado em
Publicidade

O Itamaraty reagiu à visita do ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, a Esplanada das Mesquistas, no setor palestino de Jerusalém. O complexo é o terceiro local mais sagrado para os muçulmanos depois de Meeca e Medina e não-muçulmanos podem visitar o local, mas são proibidos de rezar. 

Ben-Gvir é líder do partido de extrema-direita Poder Judaico, que subiu ao poder com o retorno de Benjamin Netanyahu ao cargo de primeiro-ministro, na semana passada. Há muito ele pede maior acesso ao local, que também é considerado sagrado por judeus.

Sua visita provocou uma crise diplomática com o Oriente Médio e ameças do Hamas, que controla Gaza, de reações violentas. Até mesmo os Estados Unidos, aliados histórico de Israel, criticou a provocação. O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price, classificou qualquer tentativa unilateral de mudança no status do lugar como inaceitável. 

O embaixador dos Estados Unidos em Israel, Tom Nides, também se pronunciou e afirmou ter sido " muito claro nas conversas com o governo israelense sobre a questão da preservação do status quo nos locais sagrados de Jerusalém". "Ações que impedem isso são inaceitáveis", completou.

+ Leia as últimas notícias no portal SBT News

Em nota, a chancelaria brasileira afirmou ter acompanhado com preocupação a visita de Ben-Gvir e reiterou considerar 'fundamental' o respeito ao arranjo previsto nos acordos de paz entre Israel e a Jordânia, em 1994. 

"Ações que, por sua própria natureza, incitam à alteração do status de lugares sagrados em Jerusalém constituem violação do dever de zelar pelo entendimento mútuo, pela tolerância e pela paz.", critica o Itamaraty, no comunicado emitido nesta 4ª feira (4.ja). O posicionamento indica a retomada da postura tradicional do Brasil de defender a solução de dois Estados.

Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), o Brasil se alinhou ao governo israelense e chegou a anunciar a mudança da embaixada de Tel Aviv para Jerusalém.

Leia a nota na íntegra:

O Brasil acompanhou com grande preocupação a incursão do Ministro de Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, na Esplanada das Mesquitas ("Haram-El-Sharif"), em Jerusalém, na manhã de hoje, 03/01.

À luz do direito internacional e tendo presente o status quo histórico de Jerusalém, o governo brasileiro considera fundamental o respeito aos arranjos estabelecidos pela Custodia Hachemita da Terra Santa, responsável pela administração dos lugares sagrados muçulmanos em Jerusalém, tal como previsto nos acordos de paz entre Israel e a Jordânia, em 1994. Ações que, por sua própria natureza, incitam à alteração do status de lugares sagrados em Jerusalém constituem violação do dever de zelar pelo entendimento mútuo, pela tolerância e pela paz.

O Brasil reitera o seu compromisso com a solução de dois Estados, com Palestina e Israel convivendo em paz, em segurança e dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas. Com esse propósito, o governo brasileiro exorta ambas as partes a se absterem de ações que afetem a confiança mútua necessária à retomada urgente do diálogo com vistas a uma solução negociada do conflito.

Publicidade

Últimas Notícias

Publicidade
Publicidade