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Investidores pedem previsibilidade a novo ministro da Fazenda

Presidentes do BC e da Febraban falam em crescimento duradouro; Haddad é cotado para chefiar a pasta

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Convidados da Febraban
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O mercado financeiro aguardou com expectativa a possibilidade de anúncio, nesta sexta-feira (25), do nome do novo ministro da Fazenda. O momento era propício: o almoço de final de ano da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), na capital paulista. Cerca de 350 convidados participaram do evento, entre eles banqueiros, economistas e CEOs dos principais bancos brasileiros. Um evento com a presença do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e do presidente da Febraban, Isaac Sidney Menezes Ferreira. Mas a estrela principal, o mais aguardado, era o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), nome cotado para ocupar o ministério. E esse era um dos grandes testes para sentir como o mercado pode receber a indicação de Haddad para uma das pastas mais importantes do governo Lula.

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Mas antes de falar, o agora candidato a futuro ministro ouviu o discurso do mercado. A começar pela Febraban, que pediu previsibilidade e ambiente propício ao crescimento. "Os bancos estão ao lado do país. Numa economia forte, todos nós ganhamos. Governos, empresários, cidadãos. Crescer não é nenhuma fantasia econômica. Não é bandeira política. Não é algo que devemos  fazer para agradar economistas e muito menos investidores. Aqui há uma necessidade imperiosa de gerar riqueza, empregos e bem-estar social", disse o presidente da entidade, Isaac Ferreira. "O setor bancário está convicto de que o Brasil deve e pode crescer a taxas mais promissoras. Agora, sabemos que o crescimento não é apenas a vontade política dos governantes", disse. 
Outra preocupação da Federação de Bancos é com o crescimento duradouro e inclusivo, o que passa pela atração de investimentos do capital privado. A questão da previsibilidade, estabilidade macroeconômica e um ambiente de negócios lado a lado com segurança institucional também é algo fundamental para o setor bancário. Isso sem falar na preocupação com a questão fiscal aliada aos investimentos na área social. 

"Precisamos arrumar a casa, retomar uma trajetória de crescimento. Construir um caminho para, com transparência e previsibilidade, conciliarmos as pressões fiscais e a agenda social. O crescimento e a geração de emprego e renda são a política social mais eficiente que podem existir. Somos a favor das políticas de distribuição de renda e entendemos que, crescendo, poderemos distribuir o que nós temos. Portanto, não há política social que se sustente sem o país crescer em níveis elevados. Os bancos têm uma mensagem de otimismo, porque confiamos na capacidade de empreendedorismo do Brasil e na capacidade do setor privado em alavancar o país", avaliou. 

No outro discurso do almoço, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ressaltou a mudança de mentalidade do mercado em relação à expectativa de queda dos juros, ao apresentar dados sobre a economia brasileira. "Se a gente olhasse esses dados três semanas atrás, o mercado estaria dizendo basicamente que os juros iam começar a cair perto do meio do ano (em 2023) e agora, se inverteu, e, na verdade, o mercado espera que o juro vá voltar a subir. Eu acho que aqui tem uma incerteza sobre o arcabouço fiscal", explicou.

Neto também pediu previsibilidade, como uma forma de garantir planejamento, desenvolvimento e redução das desigualdades. "Precisamos que a inflação volte para a meta, como melhor instrumento de previsibilidade de crescimento e controle de desemprego. Contudo, talvez a redução da inflação não seja linear", afirmou. 

Para ele, os arcabouços fiscais precisam ter limites. As políticas de demanda têm de reconhecer que a oferta é menos adaptável. Por isso, garantir credibilidade fiscal é essencial. Outro ponto importante, na visão de Neto, tem relação com as políticas para fortalecer o lado da oferta. É preciso manter a cooperação internacional e realizar reformas estruturais para aumentar a produtividade. 

Após o evento na Febraban e o discurso conciliador de Haddad, o mercado reagiu com ceticismo: a Bolsa de Valores continuou a trajetória de queda do início do dia.

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