Bolsonaro critica chutes em homem que matou petista em Foz do Iguaçu
Segundo o presidente, "petistas vão responder por homicídio" se ele morrer de traumatismo craniano
O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta 3ª feira (12.jul) que o agente penitenciário José Guaranho foi alvo de pedradas no vidro do carro antes de invadir uma festa de aniversário e matou a tiros o militante do PT Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu (PR). Bolsonaro ainda criticou as pessoas que chutaram a cabeça de Guaranho e disse que, caso o bolsonarista morra, "esses petistas [...] vão responder por homicídio".
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"Grande parte da imprensa mostrou as imagens do tiroteio dentro lá do recinto, não mostrou o que aconteceu lá fora. Nada justifica a troca de tiros, tá? Mas lá fora, está sendo concluída a investigação pela polícia civil do Paraná, talvez eles concluam hoje, haja uma coletiva hoje, que houve um problema lá fora, onde o cara que morreu, que estava lá na festa, jogou uma pedra no vidro daquele cara que estava no carro do lado de fora. Depois ele voltou e começou o tiroteio, onde morreu o aniversariante. O outro foi ferido, ficou lá caído no chão, e aí o pessoal da festa, todos petistas, encheram a cara dele de chutes", disse o presidente a apoiadores, na entrada do Palácio da Alvorada.
Em relação aos chutes em José, que ficou caído no chão depois de também ser baleado por Marcelo Arruda, Bolsonaro disse se tratar de um "ato de violência": "Bem, a violência, os petistas eram a violência do bem, chute na cara em quem está deitado, caído no chão. A gente não sabe direito tudo que aconteceu, mas as imagens mostram os atos de violência que aconteceram lá dentro do recinto. Se esse cara morre, vamos supor, de traumatismo craniano, e não por causa do ferimento à bala, esses petistas que chutaram a cara dele vão responder por homicídio".
Segundo testemunhas, Arruda festejava com amigos e familiares na sede da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu (Aresfi), quando o agente penitenciário federal Jorge José da Rocha Guaranho invadiu o local de carro gritando "Bolsonaro" e "mito". O homem, que estava armado, também teria ameaçado os convidados. A festa foi interrompida e os dois discutiram. Guaranho chegou a deixar o local, mas ameaçou voltar e atirar. Foi então que o petista buscou a arma funcional no carro e foi atingido por pelo menos dois tiros, no estacionamento.
Depois de baleado Arruda chegou a ser levado a um hospital próximo, mas não resistiu aos ferimentos. Ele deixa esposa e quatro filhos. O atirador foi baleado; informações iniciais apontavam que ele também havia morrido em decorrência do ferimento, mas, de acordo com a polícia, está vivo e com quadro estável. Marcelo Arruda, 50 anos, era guarda municipal há 28 e diretor do Sindicato dos Servidores Municipais de Foz do Iguaçu (Sismufi). Nas eleições de 2020, foi candidato a vice-prefeito pelo PT, em Foz do Iguaçu.
No dia seguinte ao crime, Bolsonaro publicou mensagem nas redes sociais em que, sem fazer menção direta ao episódio nem se solidarizar com a vítima ou com familiares, disse dispensar "qualquer tipo de apoio de quem pratica violência contra opositores".