Bolsonaro: graça a Daniel Silveira foi "exemplo ao Supremo Tribunal Federal"
Presidente disse ainda que deve "respeitar os outros Poderes, nunca temer"
O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta 6ª feira (27.mail) que o indulto individual concedido por ele ao deputado federal Daniel Silveira (PL) deu "exemplo ao Supremo Tribunal Federal". A afirmação foi feita em discurso na Assembleia Geral Extraordinária da Convenção Nacional das Assembleias de Deus do Ministério de Madureira (Conamad), em Goiânia.
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"Não pude ver um cidadão ser condenado a nove anos de cadeia, a começar no regime fechado, ter o mandato cassado, tornar-se inelegível e ser multado, por ter se expressado. Não interessa o que ele falou. Exerci o meu poder, dentro das quatro linhas, até para dar exemplo ao Supremo Tribunal Federal, assinando a graça. Nós devemos respeitar os outros Poderes, nunca temer. É dessa forma que nós governamos, com a força de Deus, para poder mostrar ao Brasil para onde nós poderemos ir", pontuou Bolsonaro.
Em outro momento do discurso, ele criticou o que chamou de "supremáveis", sem entrar em detalhes sobre a quem se referia, e defendeu as redes sociais: "Hoje eu acredito, com a liberdade que nós temos, em especial das mídias sociais, que tanto incomoda alguns supremáveis, nós conseguimos a nossa liberdade, nós não somos imbecis que passamos a ter voz. Nós somos cidadãos, que conseguimos, com informação, olhar os imbecis que sempre comandaram o Brasil". Na última 6ª feira (21.mai), no Congresso Paulista de Direito Eleitoral, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, falou concordar "100%" com afirmação do falecido filósofo Umberto Eco segundo a qual as redes sociais "deram voz aos imbecis". "Não significa que quem usa a rede social é imbecil, mas significa que deram voz aos imbecis", completou o magistrado.
Marco temporal
Outro tema abordado pelo presidente Jair Bolsonaro no discurso desta 6ª feira foi o marco temporal na demarcação de terras indígenas. Mais uma vez, disse que pode falar que não cumprirá eventual decisão do STF alterando o marco: "Não é ameaça, é uma realidade. Só me sobras duas alternativas. Pegar as chaves da Presidência, me dirigir ao presidente do Supremo Tribunal Federal e falar 'olha, administra o Brasil', ou a outra alternativa: não vou cumprir".