Bolsonaro nega que CIA tenha dito para governo não colocar eleição em dúvida
Ministro-chefe Augusto Heleno afirmou nunca ter ocorrido conversa sobre o pleito
O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro-chefe da Segurança Institucional, Augusto Heleno, negaram nesta 5ª feira (5.mai), na tradicional transmissão ao vivo do chefe do Executivo pela internet, que o diretor da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) tenha dito a altos funcionários ligados ao Governo Federal que o mandatário brasileiro deveria parar de lançar dúvidas sobre o sistema eleitoral do Brasil.
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"Ora, lógico que as conversas sobre a área de inteligência nós tivemos, que foram extremamente produtivas e foram muito interessantes. Esta conversa sobre eleições jamais aconteceu. Não sei de onde ele tirou essa narrativa, isso nunca aconteceu, não houve nenhuma troca de ideias sobre eleições nem nos Estados Unidos, nem aqui. Então essa foi uma notícia falsa", afirmou Heleno. Já segundo Bolsonaro, "seria extremamente deselegante o chefe de uma agência como a CIA ir a outro país, vir ao Brasil, para dar um recado". "Eu diria que é uma mentira, fake news que, por coincidência, talvez queira criar uma narrativa plantada fora do Brasil, quando as Forças Armadas, que foram convidadas a participar do processo eleitoral, se manifestam".
Na sequência, o presidente falou sobre o pedido feito pelo ministro da Defesa, Paulo Sérgio de Oliveira, para que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgue, de forma ampla, as sugestões das Forças Armadas para o pleito deste ano apresentadas na Comissão de Transparência das Eleições, realizada na Corte eleitoral. De acordo com Bolsonaro, a solicitação foi feita porque o ministro recebeu um requerimento, de um deputado federal, que acredita ser Filipe Barros (PL-RR), para informar em 30 dias -- prazo supostamente próximo de se esgotar -- quais foram as sugestões feitas pelas Forças Armadas à Comissão. Conforme o presidente, pela Constituição, os ministros precisam mandar as informações requisitadas por parlamentares.
Ainda comentando sobre o tema, Bolsonaro disse que, no total, Exército, Marinha e Aeronáutica fizeram nove propostas ao TSE, após levantarem "centenas de vulnerabilidades". "Então, para a gente tapar esse buraco todo e fechar essa peneira, foram feitas as sugestões. E já é um tempo bastante longo, e o Tribunal Superior Eleitoral não se manifesta. Já tiveram mais de uma reunião com a equipe técnica, e o TSE não se manifesta perante a isso", completou.
De acordo com o chefe do Executivo, convidadas, como foram, para contribuir na Comissão de Transparência das Eleições, as instituições "não vão fazer o papel de chancelar apenas o processo eleitoral, participar como espectadores do mesmo". "Não vão fazer isso. As Forças Armadas, nós temos um comando de defesa cibernética, que tem centenas de militares formados nas melhores universidades do Brasil, entre elas o IME e o ITA e fizeram um trabalho bastante apurado. Que eu entendo que o atual presidente do TSE, o ministro Fachin, que substituiu há pouco o ministro Barroso, o que ele teria que fazer? Agradecer, tomar as providências, debater, discutir com a equipe das Forças Armadas para que as eleições de fato fossem realizadas sem qualquer suspeição de irregularidade".
O presidente revelou na live que o PL vai contratar uma empresa para auditoria nas eleições. "Agora deixo claro, até adianto para o TSE: essa auditoria não vai ser feita após as eleições. Uma vez ela contratada, a empresa já começa a trabalhar. A empresa vai pedir ao TSE, com toda certeza, uma quantidade grande de informações. Ela vai pedir para as Forças Armadas o trabalho que elas fizeram até agora", pontuou. Ainda segundo Bolsonaro, em poucas semanas de trabalho, essa empresa -- que faria auditoria "no mundo todo" e seria "de ponta" -- pode concluir, "dada a documentação que tem na mão, dado o que já foi feito até o momento, para melhor termos umas eleições livre de qualquer suspeita de ingerência externa, não ser possível auditar e não aceitar fazer o trabalho".
O chefe do Executivo chegou a afirmar querer garantir a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao apoiar essa contratação: "Já que as pesquisas mostram que o senhor lula tem 40%, o Lula vai ganhar, então eu quero garantir a eleição do Lula com esse processo aqui. Ninguém precisa fazer campanha para o Lula não. Não precisa, por exemplo, uma autoridade ou outra, que a gente vê acontecer, ficar desmonetizando página de pessoas que nos apoiam, retirando página de pessoas que nos apoiam, ameaçando ou prendendo pessoas que nos apoiam. Não precisa fazer mais isso daí. O Lula vai ganhar".
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