Planalto se irrita com Mourão por coordenar "defesa" da Petrobras
Avaliação é que o vice faz voo solo ao acenar ao mercado em "parceria" com conselho da empresa
Jair Bolsonaro está irritado agora com um novo personagem na crise dos combustíveis. Deixou de lado o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, e mirou no vice Hamilton Mourão. Para o Planalto, o general coordena a defesa do conselho da empresa de petróleo a partir de voo solo ao acenar ao mercado.
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Na 2ª feira (14.mar), Mourão disse que Silva e Luna "aguenta a pressão". "Silva e Luna é resiliente, sempre foi. Como bom nordestino, aguenta a pressão." O vice falava sobre a possibilidade de demissão do presidente da Petrobras. A declaração foi dada ainda pela manhã, na chegada ao trabalho.
A avaliação do Planalto é a de que Mourão faz um aceno ao mercado por iniciativa própria, sem coordenação com outros integrantes do governo, tanto civis como militares. Não haveria assim um movimento coordenado para "salvar a pele" de Silva e Luna, mas um ato isolado do vice-presidente.
A bronca de Bolsonaro, segundo avaliação de interlocutores do Planalto, não está centrada em Silva e Lula, mas nos curtos intervalos de reajustes de preços de combustíveis autorizados pelo conselho da Petrobras. A leitura é que houve anúncio de aumento e redução abruptas, e que se poderia se esperar um pouco.