Planalto se irrita com Mourão por coordenar "defesa" da Petrobras
Avaliação é que o vice faz voo solo ao acenar ao mercado em "parceria" com conselho da empresa
Leonardo Cavalcanti
Jair Bolsonaro está irritado agora com um novo personagem na crise dos combustíveis. Deixou de lado o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, e mirou no vice Hamilton Mourão. Para o Planalto, o general coordena a defesa do conselho da empresa de petróleo a partir de voo solo ao acenar ao mercado.
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Na 2ª feira (14.mar), Mourão disse que Silva e Luna "aguenta a pressão". "Silva e Luna é resiliente, sempre foi. Como bom nordestino, aguenta a pressão." O vice falava sobre a possibilidade de demissão do presidente da Petrobras. A declaração foi dada ainda pela manhã, na chegada ao trabalho.
A avaliação do Planalto é a de que Mourão faz um aceno ao mercado por iniciativa própria, sem coordenação com outros integrantes do governo, tanto civis como militares. Não haveria assim um movimento coordenado para "salvar a pele" de Silva e Luna, mas um ato isolado do vice-presidente.
A bronca de Bolsonaro, segundo avaliação de interlocutores do Planalto, não está centrada em Silva e Lula, mas nos curtos intervalos de reajustes de preços de combustíveis autorizados pelo conselho da Petrobras. A leitura é que houve anúncio de aumento e redução abruptas, e que se poderia se esperar um pouco.