Ajudante de ordens de Bolsonaro diz ter feito relatório sobre Aids e vacina
PF aponta que documento foi feito por funcionária do gabinete presidencial; Mauro Cid afirmou que ela só fez correções
SBT News
O coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro (PL), disse à reportagem do SBT News que foi ele quem fez um relatório relacionando a vacinação contra a covid ao aumento das chances das pessoas desenvolverem Aids. No ano passado, Bolsonaro usou as informações em uma transmissão ao vivo pela internet e atribuiu ao governo do Reino Unido a autoria do documento. À época, os ingleses desmentiram as informações e os médicos dizem que a associação entre o imunizante e o vírus HIV é falsa.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
O suposto relatório foi usado pelo presidente da República em uma live no ano passado para atacar a imunização contra o coronavírus. A Polícia Federal sustenta que o falso documento foi criado e modificado horas antes de Bolsonaro participar da live, em 21 de outubro do ano passado, às 15h56, pela servidora Maria Farani Rodrigues que, segundo o Diário Oficial da União, é funcionária do gabinete pessoal do presidente no Palácio do Planalto.
As informações constam no relatório da PF sobre a participação do presidente no vazamento de informações sigilosas do inquérito que apura a tentativa de hackers de atacarem o sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições de 2018. Como a disseminação de notícias falsas sobre a pandemia não era alvo do inquérito, a delegada Denisse Ribeiro pediu ao ministro Alexandre de Moraes que os dados façam parte de uma outra apuração da Polícia Federal sobre a propagação de notícias falsas com o intuito de enganar a população.
O coronel Mauro Cid diz que ele que produziu os dados e que a servidora Maria Farani Rodrigues só fez correções gramaticais no texto. O relatório da PF, no entanto, diz que a criação e modificação dos dados falsos usados por Bolsonaro aconteceram no login da servidora.