Bolsonaro diz que depoimento de Nise Yamaguchi na CPI foi uma "covardia"
Presidente também voltou a criticar os parlamentares que integram a comissão
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que a forma como a médica Nise Yamaguchi foi tratada no interrogatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19 foi "uma covardia". A declaração foi dada durante uma breve conversa com apoiadores, na porta do Palácio do Alvorada, na manhã desta 4ª feira (02.jun).
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A oncologista e imunologista, que é defensora do tratamento precoce sem eficácia comprovada, compareceu à CPI na 3ª feira (01.jun) como convidada para prestar esclarecimentos após ter sido apontada como uma das integrantes do "gabinete paralelo" da Saúde. Entretanto, a médica nega as acusações.
"Vocês viram o que a CPI fez com a Nise Yamaguchi ontem? Isso é uma covardia, covardia. Agora, quando vai gente suspeita lá, eles tratam muito bem. Até defendem", afirmou o presidente ao grupo de apoiadores. Nas redes sociais, Bolsonaro também criticou a maneira como Nise foi interrogada e classificou o episódio como "inadmissível".
"Minha solidariedade à Dra Nise, médica e cientista com extenso currículo, que participou de um verdadeiro tribunal de exceção. É inadmissível que profissionais de saúde sejam tratados de forma tão covarde!", escreveu. Em seguida, o chefe do Executivo nacional ressaltou que profissionais da saúde devem ter "liberdade para salvar vidas" e afirmou que grupos políticos têm atacado o governo federal com frequência.
- É preciso respeitar a autoridade e a autonomia médica. Médicos devem ter liberdade para salvar vidas e isso vem sendo ameaçado por um grupo político que atua visando somente atacar o Governo enquanto nega investigar desvios de recursos para o combate à pandemia.
? Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) June 2, 2021
Críticas à CPI
O presidente também voltou a atacar o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), e o relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL). "É a CPI dos patifões, do presidente e do relator. Eles já falaram que não vão apurar os desvios de recursos, mas não dá para discutir. Só quem conhece sabe quem é o Omar Aziz e o Renan Calheiros. Preciso falar mais nada", disse.