Aposta para blindar governo na CPI, Onyx viaja em dia quente no Senado
Ministro foi para Caxias, no interior do Rio Grande do Sul, em dia de depoimento da Pfizer à comissão
Gabriela Vinhal
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni (DEM), viajou para Caxias do Sul, no interior de seu estado, no Rio Grande do Sul, na última 5ª feira (13.mai), enquanto o gerente-geral da Pfizer, Carlos Murillo, falava à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado sobre as cinco ofertas de vacinas recusadas pelo governo ainda em 2020. Ministro palaciano, parlamentar e com experiência de CPI, Onyx era uma aposta do governo para orientar a ação de blindagem do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no colegiado.
Lorenzoni visitou o Hospital Pompeia de Caxias do Sul e a Universidade de Caxias do Sul, no mesmo momento em que senadores questionavam o CEO da farmacêutica norte-americana sobre reuniões no Palácio do Planalto e tratativas de integrantes e até não integrantes do Executivo, como o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos), para a aquisição das doses.
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Ele terminou o dia jantando em um restaurante italiano na cidade, acompanhado de pessoas do diretório estadual. A viagem, que estava na agenda oficial do ministro, parecia ter sido organizada de última hora, relataram alguns participantes das visitas. O SBT News perguntou à assessoria de imprensa de Lorenzoni o motivo pelo qual ele teria saído de Brasília justamente em dia de depoimento da comissão, mas até a atualização desta reportagem, não teve resposta.
No Senado, governistas reforçam que procuram e são procurados pelo ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, com quem já mantinham conversas relacionadas a projetos que tramitam no Congresso. Na 5ª feira (14.mai), por exemplo, o senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS) se reuniu com Ramos no Palácio do Planalto. Ele faz parte da ofensiva do Executivo na comissão, que foi instalada para investigar a conduta do governo no enfrentamento à pandemia.