Pastores cobram de Bolsonaro indicação de André Mendonça ao STF
Evangélicos -incluindo Silas Malafaia- avisam governo que indicação vai influir no apoio à reeleição
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O presidente Jair Bolsonaro recebeu no início da semana, no Planalto, o pastor Silas Malafaia, presidente do Conselho de Ministros Evangélicos do Brasil (CIMEB) e um grupo de parlamentares e religiosos ligados a várias igrejas. Oficialmente, Malafaia havia dito que a reunião com Bolsonaro foi para combinar um jejum de apoio ao presidente Bolsonaro e às ações adotadas pelo governo. Na verdade, o encontro foi para avisar Bolsonaro que o apoio dos evangélicos à gestão e a possível candidatura dele à reeleição depende da confirmação do nome do ministro da Justiça, André Mendonça, para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).
O ministro Marco Aurélio Mello, decano da Corte, aposenta-se em julho. Os evangélicos começaram a mobilização três meses antes da troca para evitar surpresas, como aconteceu no ano passado com a indicação de Kássio Nunes Marques. Na época, o pastor Malafaia fez críticas públicas ao presidente Jair Bolsonaro.
O próprio presidente da República chegou a afirmar mais de uma vez que colocaria um ministro "terrivelmente evangélico" na Corte.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, evangélico, é o nome preferencial de Silas Malafaia para assumir uma vaga no STF | Foto: Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo
Além do ministro da Justiça, estão na disputa pela vaga o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) João Otávio de Noronha e o procurador-geral da República, Augusto Aras. Os dois já foram criticados por terem adotado posturas e decisões supostamente alinhadas ao Palácio do Planalto.
No caso de Aras, o último episódio envolve uma nota da PGR dizendo que compete ao Congresso Nacional a responsabilização de integrantes da cúpula dos Poderes por eventuais ilícitos no combate à covid-19. O procurador tem sido cobrado, principalmente, por não agir diante da gestão de Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde e, em resposta às críticas, chegou a enviar ao STF parecer dizendo que passou a apurar a conduta de Bolsonaro nas crises do Amazonas e do Pará - e que, além desse procedimento, já foram abertos mais oito.
Noronha, por sua vez, proferiu recentemente decisão favorável para anular provas na investigação sobre o esquema de rachadinhas contra o senador Flávio Bolsonaro, do Republicanos, filho do presidente da República.
Há outros nomes na mesa do presidente. Seguindo a linha evangélica, correm por fora o atual presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Humberto Martins, e o desembargador federal William Douglas dos Santos.
Apesar da pressão da maioria dos evangélicos ser pelo nome de André Mendonça, no mesmo dia que Malafaia esteve com Bolsonaro, o pastor se reuniu também com o procurador-geral da República, Augusto Aras. O compromisso não estava na agenda oficial divulgada pela PGR. Segundo interlocutores, eles trataram de assuntos de interesse dos evangélicos.
Malafaia sabe que, mesmo com a ameaça do fim do apoio a Bolsonaro, a escolha do presidente da República depende de outros fatores. O presidente conta que, independentemente do indicado, vai seguir com o apoio da maioria dos evangélicos.
O ministro Marco Aurélio Mello, decano da Corte, aposenta-se em julho. Os evangélicos começaram a mobilização três meses antes da troca para evitar surpresas, como aconteceu no ano passado com a indicação de Kássio Nunes Marques. Na época, o pastor Malafaia fez críticas públicas ao presidente Jair Bolsonaro.
O próprio presidente da República chegou a afirmar mais de uma vez que colocaria um ministro "terrivelmente evangélico" na Corte.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, evangélico, é o nome preferencial de Silas Malafaia para assumir uma vaga no STF | Foto: Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo
Além do ministro da Justiça, estão na disputa pela vaga o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) João Otávio de Noronha e o procurador-geral da República, Augusto Aras. Os dois já foram criticados por terem adotado posturas e decisões supostamente alinhadas ao Palácio do Planalto.
No caso de Aras, o último episódio envolve uma nota da PGR dizendo que compete ao Congresso Nacional a responsabilização de integrantes da cúpula dos Poderes por eventuais ilícitos no combate à covid-19. O procurador tem sido cobrado, principalmente, por não agir diante da gestão de Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde e, em resposta às críticas, chegou a enviar ao STF parecer dizendo que passou a apurar a conduta de Bolsonaro nas crises do Amazonas e do Pará - e que, além desse procedimento, já foram abertos mais oito.
Noronha, por sua vez, proferiu recentemente decisão favorável para anular provas na investigação sobre o esquema de rachadinhas contra o senador Flávio Bolsonaro, do Republicanos, filho do presidente da República.
Há outros nomes na mesa do presidente. Seguindo a linha evangélica, correm por fora o atual presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Humberto Martins, e o desembargador federal William Douglas dos Santos.
Encontro com Aras
Apesar da pressão da maioria dos evangélicos ser pelo nome de André Mendonça, no mesmo dia que Malafaia esteve com Bolsonaro, o pastor se reuniu também com o procurador-geral da República, Augusto Aras. O compromisso não estava na agenda oficial divulgada pela PGR. Segundo interlocutores, eles trataram de assuntos de interesse dos evangélicos.
Malafaia sabe que, mesmo com a ameaça do fim do apoio a Bolsonaro, a escolha do presidente da República depende de outros fatores. O presidente conta que, independentemente do indicado, vai seguir com o apoio da maioria dos evangélicos.
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