Afogamentos acendem alerta para riscos em praias, rios e piscinas; veja como se prevenir
Dados oficiais apontam mais de 26 mil mortes em cinco anos; jovens adultos estão entre as principais vítimas, e descuido segue como fator decisivo


Vicklin Moraes
Com a chegada do verão e o aumento da circulação em praias, rios e piscinas, os casos de afogamento voltam a crescer e a preocupar autoridades de saúde e equipes de resgate em todo o país. O período de férias e feriados prolongados concentra a maior parte das ocorrências, muitas delas associadas a imprudência e falta de supervisão.
Segundo dados do Ministério da Saúde, entre 2020 e 2024, o Brasil registrou 26.669 mortes por afogamento. Apenas em 2024, foram contabilizados 4.814 óbitos. No Estado de São Paulo, foram 3.557 mortes no mesmo intervalo. Já a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático aponta que, em média, um brasileiro morre afogado a cada 90 minutos.
Embora crianças sejam o foco da maioria das campanhas de prevenção, adultos também figuram entre as principais vítimas, sobretudo em ambientes naturais como praias, rios, lagos e represas. O maior número de ocorrências foi registrado entre pessoas de 20 a 29 anos, com 4.579 mortes no período analisado, segundo o Ministério da Saúde.
Como evitar afogamentos
Cuidados com adultos
O consumo de bebida alcoólica antes de entrar na água é um dos fatores que mais contribuem para acidentes. O álcool reduz reflexos, compromete a avaliação de riscos e aumenta a exposição a correntezas e áreas profundas.
Outro fator recorrente é o excesso de confiança. Muitos adultos entram em locais desconhecidos, nadam sozinhos ou ignoram placas de advertência. As mudanças repentinas no relevo submerso e a força da água podem surpreender até nadadores experientes.
As principais recomendações são evitar nadar à noite, respeitar a sinalização, não entrar na água em condições de cansaço extremo ou logo após refeições pesadas e utilizar colete salva-vidas em atividades como pesca, passeios de barco e esportes aquáticos.
Em situações de emergência, a orientação é não tentar o resgate sem preparo técnico, para evitar novas vítimas. O procedimento correto é acionar imediatamente o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193 e lançar à vítima um objeto flutuante, como boias, galões ou cordas.
Cuidados com crianças
Crianças nunca devem ser deixadas sozinhas, nem por poucos segundos, perto de piscinas, rios, lagos ou praias. A supervisão deve ser ativa e constante, sem o uso de celular, consumo de álcool ou outras distrações.
O uso de boias ou coletes salva-vidas adequados à idade é recomendado, mas não substitui a vigilância de um adulto. Em residências, piscinas devem contar com cercas ou grades de proteção, com portões sempre trancados.
Banhistas devem respeitar placas de sinalização, evitar áreas com correnteza e dar preferência a locais com presença de salva-vidas. Nadar sozinho aumenta o risco, assim como entrar na água após chuvas, quando rios e o mar se tornam mais perigosos. O consumo de álcool ou drogas antes do banho também deve ser evitado.
Idosos e pessoas com doenças
Idosos e pessoas com problemas cardíacos, histórico de convulsões ou cansaço excessivo devem evitar nadar sozinhos e redobrar a atenção ao entrar na água.
O afogamento é um acidente rápido e silencioso, que pode ocorrer em poucos segundos. A prevenção, baseada em atenção, prudência e respeito aos limites do corpo, segue sendo a principal forma de salvar vidas.









