Ameaça ao acordo Mercosul-União Européia é reversível, diz Mourão
Europeus dizem que a política ambiental do presidente Bolsonaro preocupa, e o acordo não deve ser ratificado "tal como está"
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O posicionamento do parlamento europeu contrário à ratificação do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia nos atuais termos pode ser revertido, afirmou nesta quarta-feira (7.out) o vice-presidente Hamilton Mourão. Na avaliação de Mourão, que também é presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal (CNAL), há "muito ruído" em torno do tema.
"Muito ruído nisso aí. Isso tudo faz parte do trabalho diplomático que tem que ser feito. Então vamos com calma, é diplomacia. É coisa simples, levou 20 anos para ser acertado isso aí. Envolve muitos interesses", disse o vice-presidente, que citou o lobby de agricultores, a atuação de partidos verdes, processos eleitorais e crises internas de países europeus como fatores que geram pressão sobre a ratificação do acordo. "A gente tem que ir manobrando pouco a pouco isso aí. Tudo é reversível", acrescentou.
O parlamento europeu aprovou uma emenda ao relatório do eurodeputado Jörgen Warborn, da Suécia, que trata da implementação do acordo entre os blocos comerciais. O texto modificado pelos parlamentares do Velho Continente expressa preocupação com a política ambiental do presidente Jair Bolsonaro, "que vai contra os compromissos assumidos no Acordo de Paris, em particular no que diz respeito ao aquecimento global e proteção à biodiversidade". A emenda explicita que, nestas circunstâncias, o acordo Mercosul-UE não pode ser ratificado "tal como está".
O acordo comercial entre o Mercosul e União Europeia, fechado no ano passado depois de cerca de duas décadas de negociação, ainda precisa ser ratificado pelos parlamentos dos países europeus. Mas o tratado vem sendo fortemente questionado pelas nações do continente. Diversos parlamentos já indicaram posição contrária ao texto. No último mês de setembro, um relatório independente endossado pelo governo francês manifestou oposição ao projeto por conta do "impacto potencial do acordo comercial no aumento do desmatamento nos países do Mercosul".
Também no mês passado, sete países europeus enviaram uma carta ao vice-presidente Mourão, demonstrando preocupação com o aumento do desmatamento na região amazônica, e indicando que a "tendência de crescimento do desmatamento" torna difícil para investidores alcançarem os critérios de sustentabilidade e governança necessários.
O Conselho Nacional da Amazônia Legal está programando levar embaixadores europeus em uma viagem à Amazônia. O objetivo é apresentá-los à região, e diminuir resistências ao acordo.
Leia aqui o acordo assinado pelos parlamentares europeus.
"Muito ruído nisso aí. Isso tudo faz parte do trabalho diplomático que tem que ser feito. Então vamos com calma, é diplomacia. É coisa simples, levou 20 anos para ser acertado isso aí. Envolve muitos interesses", disse o vice-presidente, que citou o lobby de agricultores, a atuação de partidos verdes, processos eleitorais e crises internas de países europeus como fatores que geram pressão sobre a ratificação do acordo. "A gente tem que ir manobrando pouco a pouco isso aí. Tudo é reversível", acrescentou.
O parlamento europeu aprovou uma emenda ao relatório do eurodeputado Jörgen Warborn, da Suécia, que trata da implementação do acordo entre os blocos comerciais. O texto modificado pelos parlamentares do Velho Continente expressa preocupação com a política ambiental do presidente Jair Bolsonaro, "que vai contra os compromissos assumidos no Acordo de Paris, em particular no que diz respeito ao aquecimento global e proteção à biodiversidade". A emenda explicita que, nestas circunstâncias, o acordo Mercosul-UE não pode ser ratificado "tal como está".
O acordo comercial entre o Mercosul e União Europeia, fechado no ano passado depois de cerca de duas décadas de negociação, ainda precisa ser ratificado pelos parlamentos dos países europeus. Mas o tratado vem sendo fortemente questionado pelas nações do continente. Diversos parlamentos já indicaram posição contrária ao texto. No último mês de setembro, um relatório independente endossado pelo governo francês manifestou oposição ao projeto por conta do "impacto potencial do acordo comercial no aumento do desmatamento nos países do Mercosul".
Também no mês passado, sete países europeus enviaram uma carta ao vice-presidente Mourão, demonstrando preocupação com o aumento do desmatamento na região amazônica, e indicando que a "tendência de crescimento do desmatamento" torna difícil para investidores alcançarem os critérios de sustentabilidade e governança necessários.
O Conselho Nacional da Amazônia Legal está programando levar embaixadores europeus em uma viagem à Amazônia. O objetivo é apresentá-los à região, e diminuir resistências ao acordo.
Leia aqui o acordo assinado pelos parlamentares europeus.
A-9-2020-0160-AM-036-036_EN by MArcela Gracie on Scribd
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