Espanha condena torcedor a pagar multa de R$ 370 mil por racismo contra Vini Jr.
Homem também foi proibido de frequentar recintos esportivos por dois anos
Camila Stucaluc
A Espanha, por meio da Comissão Estatal contra Violência, Racismo, Xenofobia e Intolerância no Esporte, condenou um torcedor a pagar multa de 60 mil euros (cerca de R$ 370 mil) por ofensas racistas ao jogador Vini Jr., do Real Madrid. Além de desembolsar o valor, o torcedor está proibido de frequentar recintos esportivos por dois anos.
Na decisão, a Comissão cita que as ofensas, publicadas no X (antigo Twitter), continham “insultos de caráter racistas e imagens do mesmo tipo”. Com isso, a denúncia foi enviada ao Ministério do Esporte, que abrirá uma investigação para entender se o ato também se configura como crime de ódio – o que pode aumentar a punição ao torcedor.
Essa não é a primeira vez que a Espanha pune um torcedor por racismo contra Vini Jr. Em julho, um homem foi condenado a oito meses de prisão por ataques online ao jogador e ao alemão Antonio Rüdiger – companheiro do brasileiro no time. Um mês antes, três torcedores do Valencia foram sentenciados à prisão pelo mesmo crime.
Neste mês, Vini Jr. voltou a comentar sobre o assunto. Em recado à Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa), o atleta acendeu um alerta, pedindo que a Espanha não seja uma das sedes da Copa do Mundo de 2030 caso as autoridades não intensifiquem o combate ao racismo.
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“Até 2030 a gente tem uma margem muito grande para evolução, então espero que a Espanha possa evoluir e entender o quão grave é você insultar uma pessoa pela cor da sua pele. Se até 2030 as coisas não evoluírem, acredito que [a Copa do Mundo] tenha que mudar de lugar, porque, se os jogadores não se sentem confortáveis em jogar em um país onde possa sofrer racismo, é meio complicado”, disse ele à CNN americana.