Debate em SP: Entre acusações, candidatos à Prefeitura apresentam propostas
Ofensas e até ameaça física marcaram o encontro entre os políticos neste domingo (1º). Confira destaques do debate realizado pela TV Gazeta e pelo canal MyNews
Os principais candidatos à Prefeitura de São Paulo participaram neste sábado (1°) de um debate organizado pela TV Gazeta e o canal MyNews.
Estiveram presentes os candidatos Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), Tabata Amaral (PSB), Pablo Marçal (PRTB) e José Luiz Datena (PSDB). Foram convidados os políticos mais bem posicionados nas últimas pesquisas de intenção de voto.
Confira os destaques de cada um dos cinco blocos do encontro entre candidatos.
Primeiro bloco
O primeiro bloco do debate começou com troca de provocações e acusações entre Marçal e Boulos. Na sequência, o coach trocou ataques com o prefeito Ricardo Nunes.
Tabata Amaral questionou Ricardo Nunes sobre a queda da capital paulista no ranking de alfabetização. O prefeito minimizou a queda, alegou mudanças nos critérios de avaliação, e citou que zerou a fila por vagas em creches.
Guilherme Boulos levantou o tema saúde para Datena. O candidato do PSDB primeiramente atacou Nunes e Marçal. Depois, defendeu que as Unidades Básicas de Saúde (UBS) funcionem 24h por dia. Já o político do Psol voltou a apresentar seu projeto do poupa tempo da saúde, que tem como objetivo diminuir as filas por exames.
Segundo bloco
O candidato Guilherme Boulos questionou Ricardo Nunes sobre as privatizações na cidade de São Paulo. Boulos criticou a concessão da Sabesp, feita na esfera estadual, e o contrato com a Enel, destacando os apagões que ocorreram na cidade neste sábado. O político do Psol também alegou aumento dos preços e queda na qualidade do serviço.
Em resposta, Ricardo Nunes defendeu as privatizações, mencionando os R$ 68 bilhões investidos na Sabesp com a privatização. Ele afirmou que, até 2029, a universalização do saneamento atenderá todo o território coberto pela empresa.
Questionado sobre a relação dele com o ex- presidente Jair Bolsonaro, Nunes relembrou um acordo de apoio firmado com o ex-presidente e mostrou otimismo em contar com o apoio de Bolsonaro.
A candidata Tabata Amaral respondeu sobre seus planos para a região da Cracolândia. Citando problemas de saúde pública e criminalidade, a política apresentou medidas para aumentar o atendimento aos dependentes químicos, e prometeu combater os esquemas criminosos que viabilizam o tráfico de drogas naquela área.
Sobre os problemas de segurança pública, como o roubo de celulares, Datena defendeu a cooperação entre prefeitura e governo do estado para o combate ao crime organizado. Tabata afirmou que pretende replicar a tática usada pelo estado do Piauí para rastrear os aparelhos e os locais onde são vendidos.
Terceiro Bloco
No terceiro bloco, os candidatos responderam sobre mobilidade, economia, segurança, educação e zeladoria.
Mobilidade
Nunes citou as obras de mobilidade em andamento e planejadas, como a implementação de BRTs. O prefeito também defendeu um transporte mais sustentável, e citou a troca de ônibus a diesel por veículos elétricos.
Boulos rebateu a fala do prefeito e afirmou que, no governo Nunes, São Paulo passou a pagar mais para as empresas de transporte e ter uma frota menor à disposição da população.
Economia
Boulos destacou a falta de emprego nas periferias de São Paulo, apontando que muitos trabalhadores precisam se deslocar para os grandes centros em busca de oportunidades. O candidato do Psol propôs a criação de um plano para gerar empregos e oportunidades nas regiões periféricas.
Por outro lado, Tabata Amaral defendeu a necessidade de melhorar as condições para microempresários nas periferias. Ela sugeriu medidas como a concessão de crédito e isenção de impostos para incentivar o empreendedorismo local.
Segurança
Tabata acusou a ineficiência da gestão Nunes na zeladoria da cidade e defendeu mais coordenação, inteligência e uso de tecnologia para combater o crime na cidade.
Nunes falou sobre a implementação do Smart Sampa, que utiliza reconhecimento facial para identificar criminosos. O prefeito citou também o aumento no efetivo da guarda municipal.
Zeladoria
Para Datena, a cidade de São Paulo, na gestão Nunes, está suja, abandonada e mal iluminada. O candidato do PSDB citou as enchentes e questionou os investimentos em saneamento básico. Marçal endossou as críticas feitas por Datena.
Educação
Pablo Marçal defendeu a implementação de educação financeira, inteligência emocional e empresarização nas escolas públicas, além de incentivo aos esportes.
Datena defendeu escolas em tempo integral e a alfabetização de todas as crianças até os 8 anos de idade. O candidato do PSDB defendeu também o aumento do horário de atendimento nas creches.
O final do terceiro bloco foi marcado por uma forte discussão entre Marçal e Datena, que chegou a sair de seu lugar para encarar o coach. A mediadora chamou seguranças a entrarem em cena, mas, antes que isso acontecesse, Datena resolveu voltar ao próprio púlpito.
Quarto bloco
No quarto bloco, os candidatos responderam perguntas feitas pelos telespectadores.
Questionado sobre os problemas na Cracolândia, Nunes citou a diminuição do número de dependentes químicos na região, o fechamento de hoteis e o alto número de pessoas recebendo atendimento de saúde durante sua gestão. O prefeito afirmou estar alinhado com o governador Tarcísio Nunes para resolver os problemas na área e se posicionou contra a legalização das drogas.
Datena foi questionado sobre o uso da tecnologia nas escolas, e afirmou que é essencial capacitar os professores para que saibam utilizar as novas ferramentas de maneira eficiente. Ele sugeriu que os profissionais da educação participem de cursos técnicos de especialização em tecnologia para aprimorar suas habilidades e melhorar a qualidade do ensino.
Sobre os problemas no descarte de entulho, Tabata Amaral defendeu a criação de um serviço de pontos que recompense os cidadãos que colaborarem com a zeladoria da cidade. Os pontos obtidos poderiam ser trocados por ingressos para eventos culturais.
Questionado sobre projetos de saúde para diminuir as filas de espera, Boulos voltou a falar do poupa tempo da saúde, destacando que a maioria dos médicos está concentrada em hospitais particulares, longe das periferias. Ele defendeu a descentralização do atendimento de saúde, prometendo alocar mais profissionais nos hospitais de regiões mais afastadas.
O candidato Pablo Marçal respondeu sobre os problemas de mobilidade e implementação de ciclovias na cidade. O político do PRTB defendeu a criação de empregos mais perto da moradia das pessoas, longe dos grandes centros.
Quinto bloco
No último bloco, cada candidato apresentou as considerações finais. Os políticos reiteraram as principais mensagens que tinham falado durante o debate.
