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Entre Lula e Bolsonaro, PSDB quer reconstruir partido como oposição

Com dificuldade para eleições municipais, após perder governo de São Paulo, sigla mira posição estratégica em prefeituras e no Congresso

Entre Lula e Bolsonaro, PSDB quer reconstruir partido como oposição
Eleição PSDB | Divulgação/PSDB
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Em busca de reconquistar espaço político, o PSDB traça estratégia para se mostrar como uma alternativa à polarização entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Com baixas representações no Congresso e em estados, e um desafio para as eleições municipais, as próximas escolhas prometem ser específicas, com intenção de colocar o partido como oposição aos dois nomes.

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Um tucano na disputa presidencial de 2026 é defendido por Aécio Neves, deputado federal por Minas Gerais e uma das principais figuras do partido. Segundo ele, a aposta em Eduardo Leite, atual governador do Rio Grande do Sul, poderá se mostrar como uma condução alternativa aos dois políticos.

"A partir de hoje vamos nos dedicar a um projeto de centro, de oposição ao atual governo, mas que permita que o Brasil tenha uma opção entre os dois extremos que hoje polarizam a disputa política no Brasil", diz Aécio Neves, que abre possibilidade de concorrer ao governo mineiro em 2026.

Lula e Bolsonaro são atribuídos pelo novo presidente do PSDB, Marconi Perillo, a uma das causas da derrocada tucana. "Um partido que perdeu boa parte do seu eleitorado por conta dessa polarização esdrúxula, que não levou o país a lugar algum". A declaração, dada ao assumir o novo cargo na última 5ª feira (30.nov), vem em promessa de visita a estados e de tentativa de resgate à uma importância do partido.

"Chego em um momento difícil do partido. Bancadas reduzidas, partido que ainda precisa ser implantado em vários lugares do país, e estruturado", afirma Perillo, que agora vai lidar no comando de uma legenda com pouca expressão em estados e no parlamento. No Congresso, são 14 deputados e dois senadores, frente o que já foi em 2014, de 54 e 11, respectivamente.

Diminuição de eleitos

Se em 2010 o partido foi o que mais elegeu governadores no país - com oito nomes -, 2022 foram apenas três: Amazonas, Pernambuco e Rio Grande do Sul. A legenda também sofreu com a debandada de prefeitos, principalmente no interior de São Paulo, após o partido deixar o governo do estado em quase trinta anos, com eleição de Tarcísio de Freitas (Republicanos).

+ Eduardo Leite cita São Paulo e prevê dificuldade do PSDB para as eleições de 2024

O movimento reduz dentro do próprio PSDB as expectativas para as prefeituras no ano que vem. Para Eduardo Leite, que estava como presidente da sigla, o partido poderá eleger menos nomes do que em 2020 - quando 531 foram eleitos.

"É natural que o PSDB não venha eleger na próxima eleição o mesmo número de prefeitos que elegeu em 2020. Afinal, não ter o governo no estado de São Paulo, que é um estado que tem 600 prefeituras, acaba fazendo com que prefeitos acabem eventualmente migrando para partidos que estão dentro da composição do governo lá em São Paulo, para dar exemplo. Faz parte do processo", pontua.

Apesar do cenário pessimista, Leite afirma que a sigla vai atuar para posição em locais estratégicos, e defende uma oposição mais forte do partido ao governo: "Como FHC disse, o centro tem que polarizar. Ou seja, centro. Não é ficar entre duas posições, é estar na mesma distância das duas. Não somos nem um, nem outro, mas somos algo e devemos defender a nossa forma de pensar governo".

Próximo passo

O partido aposta em capitais com mais de 100 mil habitantes. Há também expectativa, conforme apurou o SBT News, de que o novo presidente intensifique conversas no Congresso na tentativa de conseguir filiações de parlamentares, principalmente no Senado. O movimento deve ganhar força nos primeiros meses de 2024.

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