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Eleições

Agenda Lula e Biden: gesto dos EUA para abafar atos antidemocráticos

Governo norte-americano monitora protestos no Brasil e se preocupa com repetição de invasão do Capitólio

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EUA
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O conselheiro de segurança dos EUA Jake Sullivan chega na 2ª feira (5.dez), em Brasília, para uma série de reuniões com integrantes do atual e do futuro governo do Brasil. O encontro mais importante será com o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quando Sullivan deve deixar claro ao petista o apoio total para que a equipe de transição tenha uma posse sem nenhum incidente em 1º de janeiro.

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O conselheiro norte-americano vai convidar o petista para um encontro com o presidente americano, Joe Biden, em Washington, antes mesmo de Lula receber a faixa presidencial. Com a chegada de Sullivan, os EUA começam a colocar em prática um plano para colaborar com o futuro governo e ajudar a esvaziar os protestos. 

Apoiadores do presidente Bolsonaro seguem há mais de um mês em frente a quartéis do Exército, defendendo pautas inconstitucionais, como intervenção militar e fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF), além de não aceitarem o resultado da eleição proclamado em 30 de outubro pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O governo norte-americano quer reforçar que não aprovará gestos que possam levar a uma ruptura institucional. 

Sullivan também vai se encontrar com o secretário Especial de Assuntos Estratégicos do governo Bolsonaro, almirante Flávio Augusto Viana Rocha. A reunião com Rocha será no Palácio do Planalto, ainda durante a manhã de segunda-feira. O militar da Marinha é um dos assessores mais próximos de Bolsonaro e tem a confiança total do atual mandatário. 

Em meio às agendas do conselheiro de segurança dos EUA, assessores de Lula e o ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) José Múcio Monteiro, mais cotado para assumir o Ministério da Defesa no novo governo, negociam os nomes dos militares que devem ser anunciados na próxima semana para assumir os comandos do Exército, Aeronáutica e Marinha. 

Os EUA acreditam que a ação deles junto ao governo de transição poderá ser importante para evitar que se repita no Brasil o episódio do Capitólio, quando apoiadores do ex-presidente Donald Trump invadiram a sede do Congresso norte-americano para evitar que parlamentares reconhecessem a vitória de Biden, nas eleições de 2020.

No início deste ano, a agência de notícias Reuters revelou que o diretor da CIA, Willian Burns, se reuniu com ministros do presidente Jair Bolsonaro e cobrou que o atual mandatário mudasse a postura de ataques ao Poder Judiciário e ao sistema de votação brasileiro.

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