Lula conversa por telefone com presidente do Peru e vice-presidente argentina
Em São Paulo, petista se encontrou com o economista Luiz Gonzaga Beluzzo
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), conversou nesta 3ª feira (8.nov) com cinco autoridades internacionais por telefone. Entre elas, o presidente do Peru, Pedro Castillo, a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, o premiê dos Países Baixos, Mark Rute, o presidente da Costa Rica, Rodrigo Chaves, e Josep Borrell, alto comissário da União Europeia (UE).
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As autoridades ligaram para o petista para cumprimentá-lo pela vitória no segundo turno das eleições e para tratar sobre possíveis encontros e viagens. Lula passou o dia no Grand Mercure Hotel, em São Paulo.
No local, além de ter mantido essas conversas por telefone, fez contatos para tratar sobre assuntos relacionados a nomes para formação da equipe de transição do governo, orçamento, agendas desta 4ª feira (8.nov) e a COP27.
Lula almoçou no hotel com o economista Luiz Gonzaga Beluzzo, seu amigo e conselheiro. Em entrevista a jornalistas na saída, Beluzzo afirmou que a conversa com o presidente eleito, na ocasião, foi "muito ampla" e "muita boa" e que trataram sobre "as questões relativas ao desenvolvimento e à reinserção do Brasil no mundo, como ação às oportunidades que a gente pode colher".
Segundo o economista, falaram bastante sobre a necessidade de o novo governo se entrosar com o setor de ciência e tecnologia e disse a Lula "que ele é um personagem importantíssimo na COP, porque o Brasil tem um potencial nessa área, que muito pouca gente supõe". "Muito pouca gente supõe que o Brasil tem um potencial enorme, e esse pode ser uma fonte de dinheiro externo muito grande, e isso pode nos dar uma folga inclusive fiscal importante".
O evento está sendo realizado em Sharm El Sheikh, no Egito. Lula já confirmou que comparecerá ao evento. Para Beluzzo, a presença do petista na COP27 "é um momento de reinserção do Brasil mesmo no cenário internacional". "Hoje isso é uma questão fundamental, que pode nos dar uma vantagem financeira e econômica muito grande", complementou.
No almoço, discutiram o que a presença do presidente eleito significa para o Brasil e falaram ainda sobre educação básica e como "usar os instrumentos de política econômica para superar essa fase de estagnação, porque o Brasil está crescendo há anos 1,5%".
Economia
Também na entrevista aos jornalistas, o economista falou achar que, na área econômica, o novo governo Lula vai "reproduzir o que aconteceu no governo dele, em que você teve crescimento de 4%, isso no geral, e, na verdade, superávit primário todos os anos".
Além disso, ressaltou que a divergência de ideias entre pessoas precisa "fazer parte da formulação da política econômica". "A gente tem que discutir para convergir, para divergir. Isso que é importante. Eu acho que esse governo vai ter essa característica. De ter uma trajetória estabelecida, e ao longo do tempo você vai discutindo, como foi das outras vezes. Eu posso assegurar isso porque eu fui conselheiro dele na outra gestão".