Eleições 2022 revela novas lideranças políticas no país
Candidatos ganharam notoriedade por opiniões firmes e polêmicas
Simone Queiroz
Tabata Amaral, deputada federal reeleita, Eduardo Leite, governador reeleito, Alexandre Vieira, senador. Nikolas Ferreira e Guilherme Boulos, deputados federais eleitos. Simone Tebet, senadora...
Todos esses nomes têm histórias e propostas bem diferentes, mas algo fundamental em comum: são novas lideranças políticas. Não tem nada a ver com idade, mas com protagonismo.
Um movimento importante considerando a necessidade de renovação na política brasileira, conforme explica a doutora em ciências políticas pela USP, Denilde Holzhacker.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
"A grande questão aqui é que a velocidade da renovação tem sido muito lenta. A gente tem uma geração que está há muito tempo na política, que entrou na política ao final dos anos 70, e que ainda estão presentes e são muito protagonistas do debate político", afirma a especialista.
A ascensão política se dá por via partidária ou pela defesa de uma causa. No Brasil, não faltam pessoas com ideias, uma bandeira, porém, conquistar espaço no sistema político é muito difícil. Mesmo quem ingressa em um partido encontra barreiras para crescer, se candidatar e se eleger.
O diretor de educação do RenovaBR, José Henrique Nascimento, lista alguns dos obstáculos encontrados pelos políticos: "para eu me eleger deputado federal ou estadual, preciso percorrer o estado, gastar esses recursos, preciso gastar com pessoas. Os partidos dão preferência para aqueles que têm mais chance de se manter no poder ou de se eleger, os mais conhecidos, ou que têm alguma trajetória, ou que têm alguma trajetória familiar por trás. Não é um processo simples".
José Henrique administra uma escola para formação de lideranças políticas, que já graduou 2 mil alunos desde 2018; alguns deles já conhecidos dos eleitores. Na organização, aprendem sobre comunicação, políticas públicas, uso de dados e governança.
A escola também ensina sobre pilares éticos necessários aos futuros candidatos. "Transparência acima de tudo, sempre defenda seus princípios e valores. Lembre das pessoas que votaram em você e que estão apostando em você. [Aceitar uma derrota é um princípio ético?] Aceitar a derrota é um princípio básico da vida, porque não só na eleição nós ouvimos mais 'não' do que 'sim', ao longo da vida. Um bom vencedor é aquele que, a partir de uma derrota, entende os seus erros", observa diretor de educação do RenovaBR.
Leia também: