Governadores aliados de Bolsonaro pedem fim de bloqueios por caminhoneiros
Dos nove eleitos em 1º turno que apoiaram a candidatura à reeleição, oito discordam de protestos
Praticamente todos os governadores eleitos em 1º turno e que apoiaram a candidatura de Jair Bolsonaro (PL) à reeleição se posicionaram contra protestos por grupos de caminhoneiros que não aceitaram o resultado das eleições presidenciais. Dos nove que estavam ao lado do mandatário nesse período, oito discordam da conduta dos manifestantes e traçam ações para pôr fim aos bloqueios. Entre eles estão o mineiro Romeu Zema (Novo), o do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal.
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O do Mato Grosso, Mauro Mendes, e o de Goiás, Ronaldo Caiado, ambos do União Brasil, também se colocaram contra as ações que fecham rodovias. Assim como Ratinho Jr (PSD-Paraná), Gladson Cameli (PP-Acre) e Wanderlei Barbosa (Republicanos-Tocantins). O único que ainda não se manifestou de forma clara contra os protestos foi Antonio Denarium (PP-Roraima) -- mas o governador utilizou as redes sociais e reconheceu a vitória de Lula no resultado eleitoral do último domingo.
Além dos governadores alinhados ao presidente, no estado em que foram registrados mais bloqueios -- Santa Catarina --, o governador Carlos Moisés (Republicanos), disse que utilizará "todos os meios" para encerrar as paralisações. Em última atualização da Polícia Rodoviária Federal do estado (PRF), 41 pontos de bloqueio foram detectados no estado.
Segundo Carlos Moisés, a ação catarinense será para manter o direito de manifestação, mas de forma que não afete a circulação de pessoas no estado. "Garantia do direito de livre manifestação deve conviver com a garantia da liberdade de ir e vir da população, em atendimento às necessidades básicas e a oferta de serviços aos cidadãos", escreveu em rede social.
Entre novos eleitos, há também quem se pronunciou contra o protesto, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Mais cedo, em entrevista ao portal Metrópoles, o político disse que a paralisação não deve prosperar e que o resultado das urnas "é soberano".
"Entendo que eles devem estar muito chateados, como estou também. Mas acho que não é por aí, o resultado da urna é soberano. A gente agora precisa pensar como construir o Brasil do futuro, como nos reposicionar, sendo críticos naquilo que eventualmente aconteça de errado", declarou.
Ao todo, são 193 intervenções, ao menos até as 16h desta 3ª feira (1º.nov). Manifestações ocorrem em todas as unidades da federação. Decisão do Supremo Tribunal Federal determina a desobstrução de rodovias. Durante a manhã, a PRF disse estar articulando a liberação de trajetos. Na última atualização, 339 protestos haviam sido desmobilizados.
Protestos
Desde o resultado das eleições no domingo, apoiadores que não aceitam a vitória do petista Luiz Inácio Lula da Silva, iniciaram protestos pelo país. Caminhoneiros aderiram à ação, e bloquearam parte das vias. A categoria, no entanto, não está unida a este respeito. O líder dos caminhoneiros no movimento de greve em 2018, Um dos líderes do movimento de greve em 2018, o caminhoneiro Wallace Landim -- mais conhecido por Chorão --, pediu que os colegas suspendam os bloqueios. "Parar o país vai prejudicar muito a democracia", disse em video compartilhado em redes sociais.