Lula faz mistério sobre possíveis ministros; Bolsonaro admite manter nomes
Cobrado sobre integrantes de eventual governo, petista pede paciência; presidente fala em recriar pasta
Rafaela Vivas
A segunda semana de campanha para o confronto decisivo de 30 de outubro nas urnas começou com estratégias diferentes para os dois candidatos, Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Enquanto um cumpriu agenda em Brasília, o outro apostou em São Paulo. O presidente discutiu nomes para a ocupação de ministérios em uma futura reeleição, já o ex-mandatário pediu "paciência" aos apoiadores que cobram o anúncio dos integrantes de eventuais ministérios, em especial os nomes que pretende indicar para ocupar a Fazenda e o Planejamento.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
"'Cadê o ministro do Lula? Cadê o ministro da Economia?' Isso é desde 1989. Se eu fosse bobo, indicasse um ministro antes de ganhar as eleições, eu perderia outros 30 que eu não indiquei. Então, tenham paciência", pediu Lula.
Já Bolsonaro adiantou:
"Vários ministros foram eleitos, Tereza Cristina, Damares, o Jorge Seif é secretário. A ideia nossa é conversar com esses ministros. Os suplentes estão perfeitamente alinhados com o respectivo ministro ou secretário. Então se um deles quiser reassumir, da minha parte não tem problema. É a continuidade de um trabalho", afirmou o presidente.
O candidato à reeleição pelo PL concluiu que "se quiserem continuar fazendo o trabalho lá no Senado também é muito bom para todos nós", em referência aos aliados que venceram as eleições no primeiro turno e conquistaram uma cadeira no Congresso.
No domingo (9.out), Bolsonaro afirmou ter um compromisso com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) para recriar o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, se conquistar um segundo mandato. Disse que já conversou sobre o assunto com o ministro da Economia, Paulo Guedes, que deu sinal verde para a medida, e afirmou que a possibilidade de retorno da pasta "é bastante concreta".
Defesa da democracia
Na tarde desta 2ª feira (10.set), o candidato do PT participou de encontro, na capital paulista, com políticos, intelectuais e representantes de movimentos sociais organizados. Na ocasião, Lula aproveitou a reunião, onde recebeu apoio do grupo, para responder às declarações de Bolsonaro sobre um possível aumento nas cadeiras de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida foi rechaçada pelo petista.
"Eu tive a sorte de indicar seis ministros da Suprema Corte e não indiquei nenhum amigo, os que eu indiquei foi por currículo e nunca pedi um favor, porque eles não foram indicados para me ajudar, foram indicados para cumprir o papel da Suprema Corte como está na Constituição", afirmou Lula.
O candidato do PT ainda falou dos riscos à democracia do movimento, que classificou como "tentativa de descredibilizar as instituições". Ao falar das estratégias de campanha do adversário, subiu o tom. "Esse cidadão é anormal, o comportamento dele é anormal. Ele pensa no Brasil pra ele. As forças armadas é [sic] dele, a Suprema Corte é dele, o Congresso é dele, o país é dele", disse.
Pauta de costumes
Nesta 2ª feira (10.out) pela manhã, Bolsonaro gravou programas de campanha em Ceilândia, cidade mais populosa do Distrito Federal. Após agenda, parou no centro da cidade para comer pastel.
No Palácio da Alvorada, residência oficial, no início da tade, recebeu o apoio dos prefeitos de Manaus (AM), David Almeida (Avante), e de Sorocaba (SP), Rodrigo Manga (Republicanos). No fim do dia, o encontro foi com líderes evangélicos.
Desde domingo (9.out), o presidente tem focado na pauta de costumes. Voltou a anunciar que, se reeleito, a redução da maioridade penal no Brasil será uma de suas prioridades. "Marmanjos de 16, 17 anos cometerem crimes aí fora com a proteção do Estatuto da criança e do Adolescente", disse o candidato à reeleição.
Sul e Sudeste
Nesta 3ª feira (11.out) enquanto Lula aposta no corpo a corpo com eleitores do Sudeste, Bolsonaro vai para o Sul.
Lula cumpre agenda em Belford Roxo, cidade na Baixada Fluminense. O petista estará ao lado de um cabo eleitoral de peso no estado. Waguinho, ex-prefeito de Belford Roxo, e presidente do União Brasil do Rio de Janeiro. O político reelegeu sua mulher, a deputada Daniela do Waguinho (União), com o maior número do votos do estado.
O ex-presidente segue em busca de votos no Rio de Janeiro na 4ª feira (12.out), no evento "Favela com Lula", em comunidades cariocas. Estão programadas visitas no Complexo do Alemão, onde o candidato deve se reunir com líderes de 11 comunidades: Complexos do Chapadão, da Maré, da Penha, do Alemão, Vila Cruzeiro, Cidade de Deus, Rocinha, Barbante, Dendê, Favela da Linha e Dick.
Jair Bolsonaro foca na cidade catarinense de Balneário Camboriú, para onde embarcará nesta 3ª feira (11.out). O encontro será com dezenas de prefeitos de municípios de Santa Catarina. O objetivo é traçar estratégias de campanha na região.