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RJ repete cenário nacional e tem disputa entre bolsonarista e lulista

Desde início da campanha, Cláudio Castro e Marcelo Freixo lideram pesquisas de intenção de voto

RJ repete cenário nacional e tem disputa entre bolsonarista e lulista
Marcelo Freixo à esq. e Cláudio Castro à dir., em montagem (Wikimedia Commons/Rogério Santana/Governo RJ)
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Troca do candidato a vice na chapa do líder nas pesquisas de intenção de voto, encontros com presidenciáveis, indeferimentos de candidaturas, exclusão de vídeo com ataques ao adversário e debate do SBT foram alguns dos acontecimentos que marcaram a campanha para governador do Rio de Janeiro -- o terceiro maior colégio eleitoral do Brasil, com 12.827.296 eleitores. Desde o início da campanha, em 16 de agosto, Cláudio Castro (PL) lidera nas pesquisas de intenção de voto Ipec e Datafolha, e Marcelo Freixo (PSB) vem em segundo lugar, repetindo a polarização entre bolsonaristas e lulistas vista a nível nacional.

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Concorrem ao Palácio das Laranjeiras, neste ano, Cláudio Castro (PL) -- com Thiago Pampolha (União) como vice; Cyro Garcia (PSTU) -- com Samantha Guedes (PSTU); Eduardo Serra (PCB) -- com Bianca Novaes (PCB); Juliete Alves (UP) -- com Juliana Alves (UP); Marcelo Freixo (PSol) -- com Cesar Maia (PSDB); Paulo Gustavo Ganime (Novo) -- com Helio Secco (Novo); e Rodrigo Neves (PDT) -- com Felipe Santa Cruz (PSD).

O político do PL nasceu em 29 de março de 1979, em Santos (SP), e se formou em direito em 2005. É advogado, músico, compositor e evangelizador. Se tornou suplente de vereador do Rio de Janeiro em 2012 e foi vereador da cidade de 2017 a 2019, filiado ao Partido Social Cristão (PSC), e chefe de gabinete na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), por 12 anos. De 2019 a 2021, foi vice-governador do Rio de Janeiro, na gestão de Wilson Witzel (PMB), que teve a candidatura a governador barrada no pleito de 2022, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por ter sofrido impeachment e não ter apresentado certidões criminais. Em 2018, a chapa Witzel-Cláudio Castro venceu o pleito no território fluminense com 3.154.771 votos, em segundo turno, na onda do bolsonarismo.

Desde 1º de maio do ano passado, Cláudio Castro é governador do Rio de Janeiro; assumiu por causa da decisão do Tribunal Especial Misto de aprovar, em 30 de abril de 2021, o impeachment do governador afastado Wilson Witzel. O atual chefe do Executivo fluminense concorre à reeleição, em 2022, pela coligação Rio Unido e Mais Forte (Avante/DC/MDB/PL/PMN/Podemos/PP/Pros/PRTB/PSC/PTB/Republicanos/Solidariedade/União). Na disputa, tem o apoio do presidente Jair Bolsonaro, presidenciável do partido.

Marcelo Freixo, por sua vez, nasceu em 12 de abril de 1967, em São Gonçalo (RJ), e se formou em história pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Foi deputado estadual do Rio de Janeiro de 2007 a 2019 (por três mandatos consecutivos). Desde o último ano, é deputado federal pelo estado; foi eleito com 342 mil votos. Concorreu a prefeito do Rio de Janeiro, em 2012 e 2016, filiado ao Partido Socialismo e Liberdade (PSol), mas não foi eleito. Em sua trajetória, tem ainda atuação com office boy em um banco. Concorre, neste ano, pela coligação A Vida vai Melhorar (PT/PCdoB/PV/PSDB/Cidadania/Psol/Rede/PSB). Na disputa, tem o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Pesquisa Datafolha divulgada em 18 de agosto deste ano, que fez as entrevistas do primeiro dia da campanha (16.set) àquela data, mostrava Cláudio Castro com 26% das intenções de voto, contra 23% de Freixo. O terceiro colocado, Rodrigo Neves, tinha 5%. Em 1º de setembro, Castro tinha 31%, Freixo, 26%, e Rodrigo Neves, 7%. Em 15 de setembro, apareciam com 31%, 27% e 8%, respectivamente; na data, o candidato do PCO ao governo fluminense, Luiz Eugênio Honorato, já havia tido o registro de sua candidatura indeferida pela Justiça Eleitoral, por ausência de requisito. No dia 22 seguinte, Castro tinha 36%, Freixo, 26%, e Neves, 8%; foi a primeira vez, na campanha, que os dois primeiros colocados não apareceram empatados na margem de erro, de três pontos percentuais. Já na última 5ª feira (29.set), Castro apareceu com 36%, Freixo, com 26%, e Rodrigo Neves, com 9% -- sua maior marca desde o início.

Pela pesquisa Ipec, em 15 de agosto, o político do PL tinha 21%, contra 17% do integrante do PSB e 5% do político do PDT. Em 30 de agosto, 26%, 19% e  6%, respectivamente; foi a primeira vez que não apareceram empatados na margem de erro, de dois pontos. Em 6 de setembro, 37%, 22% e 7%. No dia 20 seguinte, 37%, 27% e 6%. Já na última 3ª feira (27.set), Castro tinha 38%, Freixo, 25%, e Rodrigo Neves, 7%.

As primeiras propagandas eleitorais foram ao ar em 26 de agosto. A de Castro intercalava feitos do seu governo, como o de auxiliar mais de 325 mil famílias necessitadas, "em plena crise", e ter levado grandes empresas para o território fluminense -- entre as quais Amazon --, com populares perguntando "Quem é esse cara?". Depois, o candidato se apresentava. O vídeo do deputado federal Marcelo Freixo (PSB) trazia duas mulheres conversando: "Oi, em quem você vai votar?, perguntava uma; e a outra respondia "No Freixo". Posteriormente, parte da trajetória do parlamentar era contada. Ele era apresentado como "guerreiro, honrado e trabalhador".

Em 1º de setembro, quando o Datafolha mostrou Castro com 31%, seu vice, Washington Reis (MDB), foi alvo da Operação Anáfora, que investigava um suposto esquema de favorecimento na contratação de uma cooperativa de trabalho pelo município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Conforme apurou o SBT News, Reis foi delatado no esquema que derrubou Witzel. Posteriormente, a candidatura do político do MDB foi impugnada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) por crimes contra o meio ambiente e contra a administração pública, cometidos em 2016, e, em 11 de setembro, Castro anunciou o deputado estadual Thiago Pampolha (União) como novo integrante de sua chapa. Apesar da mudança, em 15 de setembro, mantinha os 31%, e Freixo e Neves variaram na margem de erro.

No dia do Bicentenário da Independência, Castro se encontrou com o presidente Jair Bolsonaro e o candidato a vice deste, Braga Netto (PL), em ato com apoiadores, em Copacabana, destino final de uma motociata feita por Bolsonaro naquele dia. Em 11 de setembro, atendendo pedido feito em representação protocolada pelo governador do Rio e a coligação de partidos que apoiam a reeleição do político, a desembargadora Marcia Ferreira Alvarenga, do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), determinou que o Instagram removesse um vídeo publicado por Marcelo Freixo. Castro e a coligação justificaram a representação dizendo que o vídeo tinha o objetivo de confundir o eleitor, acusando o governador de desviar dinheiro público para pagar cabos eleitorais. Para a juíza, "no caso concreto, não obstante, é forçoso reconhecer que os comentários do representado não se mantêm nos limites da legítima liberdade de expressão e tampouco representam difusão de informações, a rigor, verídicas acerca do candidato adversário".

Os dois primeiros colocados nas pesquisas de intenção de voto para o governo fluminense se enfrentaram no debate do SBT, em 17 de setembro. Neves e Paulo Ganime também participaram. Corrupção, segurança pública, transporte, educação e saúde foram alguns dos temas abordados pelos políticos. Castro e Freixo falaram sobre o uso de helicópteros em operações policiais, expansão da milícia no estado, prisões de secretários e outros assuntos.

O candidato do PSB se reuniu com Lula, no Hotel Pestana, em Copacabana, na última 2ª feira (26.set). Geraldo Alckmin (PSB), a presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), e o candidato do Partido dos Trabalhadores a senador pelo Rio de Janeiro, deputado estadual André Ceciliano também participaram do evento.

A Executiva Nacional do PT confirmou apoio à candidatura de Freixo (PSB) a governador e à de Ceciliano a senador em 5 de agosto, 11 dias antes do início da campanha. Em 2 de agosto, o diretório fluminense do PT rompeu apoio a Freixo e disse que discutiria com o diretório nacional e com os outros partidos da federação Brasil da Esperança (PCdoB e PV) alternativas de coligação majoritária do RJ, com o objetivo de ter "um forte palanque do Lula" no estado. O motivo era a manutenção da candidatura de Alessandro Molon (PSB) a senador, porque, conforme o Partido dos Trabalhadores, havia um acordo com o PSB de que a chapa do deputado federal da sigla seria apoiada pelos petistas se apenas Ceciliano concorresse ao Senado nela. Diante da decisão da Executiva Nacional, o diretório fluminense escreveu, no Twitter, que "Lula, Freixo e André são a esperança de dias melhores para o Rio de Janeiro e o Brasil". "A partir da decisão da Executiva Nacional do PT reafirmamos essa aliança para derrotar o bolsonarismo e todo o retrocesso. É na luta que a gente se encontra. Vamos juntos pelo Brasil!".

Pelas últimas edições das pesquisas Datafolha e Ipec, o atual governador tem chance de vencer no primeiro turno, com 44% e 47% dos votos válidos (excluindo brancos e nulos), respectivamente.

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