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Eleições

SBT realizou último debate antes do primeiro turno das eleições de 1989

Pleito marcou a recuperação do direito ao voto, após quase 30 anos de ditadura militar

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lula em 89
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Há 33 anos, o SBT fazia história ao promover o último debate do primeiro turno da eleição presidencial que marcava o fim do regime militar. O então líder das pesquisas, Fernando Collor de Mello, do PRN, não compareceu. 

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No próximo sábado (24.set), o SBT abre as portas outra vez para os candidatos à Presidência da República. Tanto naquela época quanto agora, o nome do evento é o mesmo: "A Hora da Decisão". 

Faltavam três dias para o primeiro turno da eleição presidencial. Os brasileiros finalmente recuperariam o direito do voto, depois de quase 30 anos de ditadura militar.

Debates eleitorais eram uma novidade na vida política do país. Foi com esse espírito inovador que o SBT reuniu no espaço do antigo teatro Silvio Santos sete dos 22 candidatos inscritos para disputar a Presidência. O que aconteceu naquela noite, na zona norte de São Paulo, seria uma contribuição à recém-nascida democracia brasileira.  

"Eu tenho procurado separar as categorias: de um lado nós temos os filhotes da ditadura, que estão aí um mais sofisticado que o outro, e do outro lado candidatos populares e democráticos, que estavam contra a ditadura e que estavam unidos na hora da campanha das diretas", afirmou na época o candidato Leonel Brizola, do PDT. 

Brizola era um dos que estavam embolados na disputa para o segundo turno. Lula, do PT, aparecia como outro forte candidato. Paulo Maluf, do PDS, tinha menos chances, apontavam as pesquisas. 

Colado em Maluf, aparecia Mário Covas, do PDSB, que lembrou da frase dita meses antes pelo arquirrival. Aquela, que se tornaria célebre: "estupra, mas não mata!".  

As perguntas partiam de três jornalistas do SBT. Um candidato respondia, outro comentava. "O primeiro podia fazer uma réplica, o outro uma tréplica, e podia ainda pedir um a parte. Era uma regra complicada, mas muito divertida", relembra Luiz Fernando Emediato, diretor executivo do SBT em 1989.

O jornalista Dácio Nitrini também estava no debate de 89, e como  participa de reuniões preparatórias dos debates até hoje, sente a diferença: "os representantes das campanhas, as assessorias amarram de tal maneira pra "proteger o candidato", que o debate não corre livre, leve e solto, como ocorria no passado". 

Um dos maiores desafios para o mediador era controlar o tempo de oradores afiados.  "Todos eram difíceis de controlar, todo mundo queria parecer e aparecer bem, então, cada um ao seu modo, precisava de uma certa vigilância", relembra o jornalista Boris Casoy.

Após o debate, Lula foi para o segundo turno. Ele é quem disputaria a eleição com o favorito, Fernando Collor de Mello, que não apareceu no debate do SBT, mas aceitou encarar o adversário nos debates do mês seguinte, em dezembro de 89.

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