Na TV, Lula aposta em antagonismo a Bolsonaro, que adota tom "patriótico"
Inserções dos presidenciáveis começaram a ser veiculadas neste sábado; economia foi tema central
No primeiro dia de propaganda eleitoral dos presidenciáveis na televisão, neste sábado (27.ago), o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apostou em um antagonismo com o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), enquanto este, candidato à reeleição, adotou um tom patriótico.
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A inserção de Lula começou com uma peça que já havia circulado nas redes sociais, que mostra dois lados -- "aquele que abandona e aquele que acolhe, o que cruza os braços e o que estende a mão" --, em referência aos governos do petista e ao de Bolsonaro. Em seguida, o ex-presidente aparece pedindo que "Deus ilumine essa Nação" -- em um aceno aos evengélicos -- e ressaltando os problemas econômicos atuais. "As famílias sofrem com os preços que não param de subir e com um salário que mal dá para uma cesta básica", diz, no mesmo discurso usado na peça veiculada no rádio.
Além de Lula, aparecem na inserção o candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB), que afirma que não pensa igual a Lula em tudo, mas que está unido a ele no "desejo de recuperar o Brasil e melhorar a vida das pessoas", e a voz do cantor Gilberto Gil, que fala em democracia e sobre como ela "não combina com ódio, violência e fake news".
Já a inserção de Bolsonaro começa com imagens de vários pontos do país, o Hino Nacional ao fundo, e frases de exaltação ao brasileiro -- apontado como "o melhor do Brasil" e um povo que "nunca perde a fé". A peça ainda mostra imagens de manifestações favoráveis ao presidente e trechos de sua posse, em 2018.
Diferentemente do que ocorreu no rádio -- onde as falas de Bolsonaro foram recuperadas de discurso na convenção do PL --, o presidente aparece falando que sua campanha terá "a verdade acima de tudo" e citando o versículo bíblico João 8:32 -- "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará". O atual chefe do Executivo ainda diz que assumiu o Brasil com "vários problemas econômicos, éticos e morais" e aponta a pandemia, a seca e a guerra da Ucrânia como razões para a crise econômica. "Em 2022, um novo ano. Tudo começou a voltar à normalidade", afirma, citando a queda no preço dos combustíveis, a criação de empregos e o Auxílio Brasil de R$ 600 que, garante, será mantido nesse valor.
Outros candidatos
A emedebista Simone Tebet narrou sua trajetória pessoal e política, com imagens de seu passado. Depois, a candidata surge em sua cidade natal, Três Lagoas, no interior do Mato Grosso do Sul, ressalta as dificuldades que enfrentou por ser mulher, e, sem citar nomes, faz críticas a Lula e Bolsonaro: "Enquanto eles brigam, eu vou trabalhar sério".
Ciro Gomes (PDT) também fez ataques oblíquos aos líderes das pesquisas de intenção de voto ao dizer que, "no Brasil de hoje, a vida só melhora para determinados tipos de político: os oportunistas e os corruptos". Comandanda pelo marqueteiro João Santana, que esteve com Lula e Dilma em eleições passadas, a peça mostra Ciro em diversos ambientes. Entre eles, um supermercado, onde o candidato diz que "leva susto atrás de susto" com os preços dos produtos. Em aceno ao eleitorado feminino, a inserção do pedetista também mostra a mulher de Ciro, Giselle Bezerra, e a candidata a vice da chapa, Ana Paula Matos.
Soraya Thronicke (União Brasil) repetiu sua inserção veiculada no rádio, na qual diz que "não dá mais para conviver entre o medo e o ódio, não dá mais para conviver com desigualdade e injustiças, também não dá mais para voltar aos erros do passado nem errar de novo".
Já Felipe D'Ávila (Novo), afirma que o eleitor "vai ouvir promessas de gente que transformou o Brasil nesse caos, de gente que destrói o nosso orgulho de ser brasileiro": "Chega desse país dividido, chega de escolher sempre o menos pior".
Os demais candidatos não tiveram inserções neste primeiro dia de veiculação. Confira abaixo a divisão da propaganda eleitoral gratuita feita pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE):
- Presidente da República: às terças, quintas e sábados, das 7h às 7h12m30 e das 12h às 12h12m30, em rádio; e das 13h às 13h12m30 e das 20h30 às 20h42m30, em televisão;
- Governador de estado ou do DF: às segundas, quartas e sextas, das 7h15 às 7h25 e das 12h15 às 12h25, em rádio; e das 13h15 às 13h25 e das 20h45 às 20h55, em televisão;
- Senador: às segundas, quartas e sextas, das 7h às 7h05 e das 12h às 12h05, em rádio; e das 13h às 13h05 e das 20h30 às 20h35, em televisão;
- Deputado federal: às terças, quintas-feiras e aos sábados, das 7h12m30 às 7h25 e das 12h12m30 às 12h25, em rádio; e das 13h12m30 às 13h25 e das 20h42m30 às 20h55, em televisão;
- Deputado estadual e distrital: às segundas, quartas e sextas-feiras, das 7h05 às 7h15 e das 12h05 às 12h15, em rádio; e das 13h05 às 13h15 e das 20h35 às 20h45, em televisão.