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Bolsonaro sobre operação da PF: "Cadê a turminha da Carta pela Democracia?"

Presidente fez primeira referência pública à ação da Polícia Federal que mirou empresários bolsonaristas

Bolsonaro sobre operação da PF: "Cadê a turminha da Carta pela Democracia?"
Jair Bolsonaro
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou nesta 4ª feira (24.ago) a operação da Polícia Federal que mirou empresários bolsonaristas investigados por compartilhar mensagens defendendo um golpe de Estado em caso de vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de outubro. Durante evento de campanha em Minas Gerais, o presidente questionou "cadê aquela turminha da Carta pela Democracia", em referência ao manifesto articulado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Foi a primeira referência pública à ação da PF.

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"Somos ainda um país livre. Eu pergunto a vocês: o que aconteceu no tocante aos empresários agora, os oito empresários, dois eu tenho contato com eles, o Luciano Hang e o Meyer Nigri, cadê aquela turminha da carta pela democracia? A gente sabe que, época de campanha, continuam lobos em pele de cordeiro. Acreditar que eles são democratas e nós não somos? Cadê a turminha da carta pela democracia?", disse Bolsonaro.

A Polícia Federal cumpriu na 3ª feira (23.ago) mandados de busca e apreensão em endereços de empresários que compartilharam mensagens em que defendidam um golpe de Estado. As ordens de busca e apreensão foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Foram alvos os empresários Luciano Hang, da Havan; Meyer Joseph Nigri, dono da Tecnisa; Afrânio Barreira Filho, do Coco Bambu; Ivan Wrobel, da W3 Engenharia; José Isaac Peres, dono da rede Multiplan; José Koury, dono do Barra World Shopping; Luiz André Tissot, do Grupo Sierra; e Marco Aurélio Raymundo, da Mormaii.

Já a Carta pela Democracia à qual o presidente se referiu é a Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito. Articulado pela Faculdade de Direito da USP, o documento é inspirado na carta escrita em 1977 que denunciava a ditadura militar no país, e defende a democracia e o processo eleitoral brasileiro. O manifesto, que teve mais de um milhão de assinaturas, foi lido na USP em 11 de agosto.

Ainda no evento, a uma plateia de evangélicos, Bolsonaro fez reiteradas críticas ao Partido dos Trabalhadores (PT), defendeu pautas de costumes e disse que a democracia está em jogo nas eleições de outubro: "Eu sempre digo, perder uma eleição em uma democracia é normal. Tem muitos candidatos aqui em cima que serão vitoriosos. Alguns não serão. Faz parte da regra do jogo. Mas nós não podemos perder a democracia numa eleição. Nós sabemos o que esse outro lado fez ao longo de 14 anos, de 2003 a 2016, onde eles colocaram o Brasil".

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