"Eles que se cuidem, porque vamos retomar o controle da Petrobras", diz Lula
Ex-presidente participou de ato com senador Veneziano Vital do Rêgo na Paraíba
Em discurso durante ato nesta 3ª feira (2.ago) no Parque do Povo, em Campina Grande (PB), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse novamente que, em um eventual novo governo, atuará para que bancos não sejam privatizados e a União volte a ter um controle maior sobre a Petrobras.
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"O Banco do Brasil não vai ser privatizado. A Caixa Econômica não vai ser privatizada, o Banco do Nordeste, o Banco da Amazônia. E eles que se cuidem, porque nós vamos retomar o controle da Petrobras. Que a Petrobras não pode ficar dando dinheiro para os acionistas americanos em detrimento do preço da gasolina, do óleo diesel e do gás", pontuou o petista.
O ato contou com a presença do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), pré-candidato a governador da Paraíba, e do ex-governador do estado Ricardo Coutinho (PT), pré-candidato a senador paraibano. Ambos confirmaram apoio a Lula, e o petista a eles. Em seu discurso ainda, o ex-presidente atacou o atual chefe do Executivo federal, Jair Bolsonaro (PL): "Não sei se vocês viram, há poucos meses, eu fui para a Alemanha e fui recebido pelo novo chanceler da Alemanha. Eu fui para a França e fui recebido pelo presidente da França. Eu fui para a Espanha e fui recebido pelo presidente. Esse genocida que governa esse país não é recebido por ninguém e ninguém vem visitar este país, porque ele é um negacionista, ele não acredita nas coisas".
Lula se encontrou com o líderes francês, Emmanuel Macron, e espanhol, Pedro Sánchez, em novembro do ano passado. Neste ano, Bolsonaro visitou o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o premiê da Hungria, Viktor Orbán, e foi visitado pela presidente do segundo país, Katalin Novák. Na Paraíba, Lula afirmou que, em um eventual governo, vai "recuperar" o respeito com os Estados Unidos, Alemanha, França, Índia, China, "com o diabo que for", e esses países voltarão a investir no território brasileiro.
Não foi apenas falando sobre as relações internacionais do Brasil que atacou Bolsonaro; segundo Lula, ao atacar o sistema eleitoral brasileiro, o presidente "não está com medo da urna eletrônica, porque ele sabe que a urna eletrônica é uma coisa séria e está provada desde 1996. O que ele tem medo não é da urna eletrônica, o que ele tem medo é do povo brasileiro e quer virar isso". O petista acrescentou que foi com esse objetivo que o governo apoio a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Benefícios.
Além disso, responsabilizou Bolsonaro por problemas relacionados à falta de alimentos para todos no país: "Não é humanamente possível a gente imaginar que um país que é o terceiro produtor de alimento do mundo, que um país que é o primeiro produtor de proteína animal do mundo, tenha uma criança que vá dorir com fome, não é possível que uma velhinha morra de desnutrição, não é possível que as pessoas fique na fila do açougue pegando osso para colocar na água para ferver. Isso não é possível. Eu posso dizer para vocês, com a experiência de quem foi presidente, essas coisas só acontecem porque quem governa esse país não tem vergonha na cara, não tem responsabilidade e não tem compromisso com o povo".
Lula chamou de "gesto de coragem" o fato de Veneziano apoiar sua candidatura a presidente, visto que a candidata do MDB é a senadora Simone Tebet (MS). O senador pela Paraíba também discursou. Ele relembrou feitos de sua gestão como prefeito de Campina Grande (2005-2013) em parceria com o Governo Federal quando Lula era presidente e fez promessa para se for eleito governador e o petista presidente: "investir na habitação popular também será uma prioridade do governo Veneziano, do senador Ricardo, porque terei um grande parceiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva".
Ricardo Coutinho, por sua vez, afirmou que, se for eleito, fará "um grande mandato". "Eu terei um mandato com coragem, com determinação. Nós vamos implantar o programa do presidente Lula com afinco, com determinação. Esse país vai ter que mudar. Essas elites que olham para nós com aquele nojo característico dos covardes vão ter que reconhecer que, acima de tudo, está o poder do povo", completou. Lula estará em Teresina na 4ª feira (3.ago).
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