Publicidade

"Apoiar PT é quase rasgar tudo que o MDB fez", diz Eduardo Cunha

Figura central no impeachment de Dilma justifica troca de sigla e manifesta apoio a Bolsonaro, com ressalvas

"Apoiar PT é quase rasgar tudo que o MDB fez", diz Eduardo Cunha
Ao SBT News, Cunha falou sobre as pretensões na Câmara, troca de partido, apoio à Bolsonaro e o novo reduto eleitoral | Marcelo Camargo \Agência Brasil
Publicidade

Pré-candidato a deputado federal por São Paulo, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PTB) disse, nesta 2ª feira (25.jul), que, apesar de algumas divergências, apoiará a candidatura à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), porque -- além do antipetismo -- o atual mandatário defende o conservadorismo de costumes e a política economica liberal. "Eu não vejo alternativa outra que tenha esses dois fatores que para mim são relevantes", afirmou em entrevista , sua primeira após ter recuperado os direitos políticos na semana passada. À jornalista Roseann Kennedy, no Poder Expresso, do SBT News, o ex-presidente da Câmara também justificou sua saída do MDB, dizendo discordar de eventual apoio da sigla ao PT. "Quase que rasgar tudo aquilo que o MDB fez", disse, referindo-se ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, do qual foi protagonista.

+ Leia as últimas notícias no portal SBT News

Afiado e assertivo, como de costume, perguntado a respeito do resultado das urnas para a Presidência da República, disse que o que vai decidir as eleições de outubro é "saber se o antipetismo é maior do que o antibolsonarismo, que também existe, ou se o antibolsonarismo vai ser maior o antipetismo". 

Indagado sobre o discurso de Bolsonaro na Convenção do PL neste domingo (24.jul), no Rio de Janeiro, na qual convocou eleitores para manifestações de 7 de Setembro, Eduardo Cunha defendeu o movimento, que classificou como um chamamento pacífico. "Eu acho que vai acabar sendo um grande comício, Bolsonaro tem poder de mobilização e ele está no direito dele. O histórico de violência ele não vem do Bolsonaro, o histórico de violência ele vem antes, do PT. A gente tem que contestar a violência de todo mundo." 

Eduardo Cunha também afirmou que a eleição deve ser realizada com respeito ao voto do eleitor que é soberano. Frisou que "aquele que vencer vai governar e aquele que perdeu, respeitar o resultado, essa é a lógica da democracia".

O ex-deputado recuperou os direitos políticos na última semana. A decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região garante que o político dispute as próximas eleições, depois de ter tido o mandato cassado na Câmara dos Deputados, em 2016. Cunha é pré-candidato a deputado federal por São Paulo e está filiado ao PTB desde março. 

MDB

O político justificou que deixou o MDB para se filiar ao PTB porque a legenda anterior se mostrou "um partido muito dividido" e que, após acordo com as suas alianças atuais, permanecer na sigla seria incoerente. 

"Se eu quero militar na eleição defendendo a candidatura à reeleição do Bolsonaro, então não teria sentido eu ficar no MDB que é um partido que está extremamente dividido, com uma parte querendo apoiar o Lula. Não tem sentido eu ter um tipo de discussão com o MDB depois do processo de impeachment de Dilma e sonhar em apoiar o PT. Aqui é quase que rasgar tudo aquilo que o MDB fez, porque esses mesmos senadores que estão defendendo a aliança, votaram no impeachment condenando o PT", justificou Cunha.

Ele adiantou também que, em caso de vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), será oposição ao eventual governo.

"Voto ideológico" de São Paulo

Sobre a escolha pelo maior colégio eleitoral do país em vez de seu berço eleitoral, Rio de Janeiro, Cunha explicou que a decisão levou em conta questões familiares, já que quatro dos seus cinco filhos moram em São Paulo. Ele reconheceu, porém, que como pretende disputar uma cadeira na Câmara Federal por meio do debate político, como "protagonista no processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma, não tem lugar mais apropriado para fazer esse debate que São Paulo", onde aposta em voto ideológico.

Ainda sobre a maior cidade do país, Eduardo Cunha alfinetou o ex-juiz Sergio Moro. Disse que não é "fake" como o ex-ministro da Justiça, que chegou a tentar se candidatar por São Paulo, mas foi impedido pela Justiça Eleitoral paulista. 

"Onde eu estou residindo em São Paulo o imóvel é de propriedade da minha família há 12 anos, então os vínculos que eu tenho são muito sólidos. Eu não sou fake que fiz um contrato de aluguel fraudado na véspera do prazo pra depois ser contestado pela justiça e não teve nem a coragem de  recorrer porque ele sabia que ia perder, então, o meu caso é muito diferente", enfatiza.

De volta às origens

Se eleito a uma vaga para retornar à Câmara dos Deputados no próximo pleito, o político analisou que em janeiro de 2023 a casa legislativa será composta por menos de 30% de deputados que estavam na Câmara quando ele deixou a legislatura, há cinco anos. "Não dá nem pra dizer pra você se eu terei desafetos ou se terei companheiro", brincou, garantindo que vai apoiar a reeleição de Arthur Lira (PP-AL).

Mas não escondeu o desejo de voltar a ocupar a cadeira de presidente da Câmara. "Desejo todos os 513 deputados têm desejos de presidir a Câmara, quem disser que não tem está mentindo. Mas a gente tem que ir na construção política. Como dizia o Romário, ninguém sobe no ônibus e vai andar na janela. Se ocorrer, não será certamente agora", concluiu.

Publicidade
Publicidade

Assuntos relacionados

portalnews
sbtnews
eleicoes
cunha
ptb
mdb
brasil
bolsonaro
eduardo cunha
câmara dos deputados
poder-expresso
poder expresso

Últimas notícias

STJ concede liminar que suspende greve de servidores do Ibama e ICMBio

STJ concede liminar que suspende greve de servidores do Ibama e ICMBio

Corte considerou a natureza das atividades essenciais envolvidas; há multa fixada em R$ 200 mil ao dia por descumprimento
Dia 4 de julho: saiba o que é comemorado nos EUA, história e curiosidades

Dia 4 de julho: saiba o que é comemorado nos EUA, história e curiosidades

Data celebra quando os estadunidenses declararam independência da Grã-Bretanha, durante a Revolução Americana (1765-1789)
Concurso da Caixa: confira os resultados da prova

Concurso da Caixa: confira os resultados da prova

São mais de 4 mil vagas de emprego espalhadas em todo o Brasil. Salários vão de R$ 3.762 a R$ 14.915
Eleições Municipais 2024: prefeito de Belo Horizonte revela câncer, mas segue na disputa; veja pré-candidatos

Eleições Municipais 2024: prefeito de Belo Horizonte revela câncer, mas segue na disputa; veja pré-candidatos

Pré-candidato (à direita na foto) não atrelado a Lula ou Bolsonaro liderou pesquisa, enquanto prefeito (à esquerda) está longe da liderança; conheça nomes
RJ: profissionais da Secretaria da Mulher recebem ameaças pelas redes sociais e denunciam ataques

RJ: profissionais da Secretaria da Mulher recebem ameaças pelas redes sociais e denunciam ataques

Mais de 10 mulheres foram até a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI)
Grande produtor de tecnologia, por que o Japão é resistente à modernização?

Grande produtor de tecnologia, por que o Japão é resistente à modernização?

País produz muita tecnologia exportada mundo afora e internamente se prende às tradições e aos equipamentos considerados obsoletos no Ocidente
Após dois anos, Japão "vence a guerra contra os disquetes"

Após dois anos, Japão "vence a guerra contra os disquetes"

Burocracia do governo tinha muitas repartições públicas que ainda usavam o arcaico dispositivo de gravação
The Economist estampa capa com andador e defende que Biden desista da eleição

The Economist estampa capa com andador e defende que Biden desista da eleição

Revista norte-americana e outras grandes publicações do país pedem a desistência do democrata de 81 anos
Casos de "pneumonia silenciosa" aumentam em São Paulo: como identificar a doença?

Casos de "pneumonia silenciosa" aumentam em São Paulo: como identificar a doença?

Doença é causada por outra bactéria menos comum, a Mycoplasma pneumoniae, identificada em surtos na China, EUA e em países da Europa
Governo Lula recria Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos encerrada por Bolsonaro

Governo Lula recria Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos encerrada por Bolsonaro

Eugênia Gonzaga, procuradora da República que foi exonerada da presidência do órgão pelo ex-presidente, voltará ao cargo
Publicidade
Publicidade