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Bolsonaro e Petrobras: entenda as mudanças e como elas afetam as eleições

Enquanto governo busca se eximir da culpa pelos preços altos, oposição tenta se beneficiar

Bolsonaro e Petrobras: entenda as mudanças e como elas afetam as eleições
Fachada da sede da Petrobras
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O preço elevado dos combustíveis tem sido o centro do debate nos últimos dias, tanto por parte da população, que é a principal afetada com os valores praticados nos postos, quanto no meio político. A apenas cinco meses das eleições, enquanto o governo busca se eximir da culpa pelos preços altos, a oposição tenta se beneficiar do cenário econômico turbulento para oferecer uma alternativa ao cidadão insatisfeito.

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) não poupa críticas à Petrobras, empresa que ele classifica como principal responsável pela disparada dos combustíveis. O chefe do Executivo criticou a margem de lucro da companhia e afirmou que a petroleira está "gordíssima, obesa". Isso porque, na última semana, a estatal divulgou lucro líquido de R$ 44,56 bilhões no primeiro trimestre do ano, em contraponto ao aumento do óleo diesel em quase 9%. 

Desde que começou o embate entre Planalto e Petrobras, Bolsonaro já exonerou o antigo presidente da estatal, general Silva e Luna. No lugar, entrou José Mauro Ferreira Coelho, mas o mal-estar não parece ter sido resolvido. O novo gestor da empresa afirmou que vai continuar seguindo os preços de mercado e rebateu as críticas do presidente. "A Petrobras não é insensível à economia brasileira", disse. 

Na última 4ª feira (11.mai), Bolsonaro fez outra troca: saiu o antigo ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque e entrou o economista Adolfo Sachsida. "As ações que o governo faz são para que ele tenha um discurso, para poder dizer ao eleitor: 'Olha eu tentei resolver o problema, mas fiz até onde era permitido pela legislação'", explica o cientista político Valdir Pucci. 

"Acredito que esse será o grande tema das eleições. A inflação e o aumento do combustível. Primeiro, para a oposição, que vai tentar justificar esse descontrole inflacionário pela falta de ações do presidente. Por outro lado, Bolsonaro tem uma missão muito mais complicada, que é tentar convencer o eleitor de que a situação que nós temos hoje, de crise econômica, não é culpa do governo", acrescenta. 

Em outra movimentação do governo, o novo ministro nomeado por Bolsonaro entregou um pedido de estudo da privatização da Petrobras para o titular da Economia, Paulo Guedes. "Não é a primeira vez que se fala na privatização da Petrobras. Na verdade, sempre que a gente tem crise de combustíveis, esse tema volta à baila. A grande questão é como a sociedade vai receber mais uma promessa de privatizar a Petrobras", pontua Pucci. 

Crise econômica 

Ao sair do debate político para o que é tangível, de fato, na economia, analistas afirmam que as investidas do governo federal contra a estatal não são efetivas. "Privatização de qualquer empresa, ainda mais do porte de uma como a Petrobras, é um processo muito longo e também envolve pareceres inclusive do próprio Congresso Nacional. Não é um processo simples que vai depender somente de um lado dentro da nossa estrutura institucional discutir", afirma o economista Agostinho Pascalicchio. 

Além disso, ele lembra, uma eventual privatização da estatal geraria risco de aumento ainda maior dos preços dos combustíveis. "É como se você repassasse todo o fluxo de caixa futuro de um país, que tem potencial de crescimento muito grande, para ser negociado. Sem dúvida, todo investimento requer também sua amortização, seu prazo de retorno, e essa combinação de repasse de uma empresa de grande valor pode fazer com que o preço inicial num leilão seja muito elevado", detalha. 

Ou seja, o momento inicial após a venda da empresa, considerando os altos lances, é de alta dos preços que serão repassados ao consumidor.

Além disso, caso o valor dos combustíveis continue aumentando, outras cadeias serão afetadas. O diesel, por exemplo, é o combustível utilizado para abastecer o modal rodoviário, principal sistema logístico do país. "Dependemos muito do diesel para movimentar as cargas e para movimentar a indústria energética também. Então não só afeta só o transporte, mas também a energia", alerta o economista César Bergo. 

"Afeta também as planilhas de curso dos transportadores e das empresas e, consequentemente, vai onerar no preço final dos produtos no supermercado. Assim, teremos mais inflação", acrescenta. 

Dessa forma, o próximo presidente do país, seja ele Bolsonaro ou outro nome, terá que lidar com uma economia em recessão. "Nós devemos estar realmente preparados para um período difícil e de adaptação. Não é simples, não temos soluções simples, nenhuma opção rápida ou mágica será sacada da cartola e todas as alternativas apontam numa persistência de média e longo prazo", arremata Pascalicchio.

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