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Como a volta de Bolsonaro ao Centrão impacta as eleições de 2022

Projeto de reeleição do presidente visa ampliar bancada no Senado e eleger governadores aliados

Como a volta de Bolsonaro ao Centrão impacta as eleições de 2022
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A ida do presidente Jair Bolsonaro ao PL movimentou o xadrez de alianças políticas nos estados para 2022. Como um dos partidos mais influentes do Centrão, a sigla de Valdemar Costa Neto tem outra missão além de emplacar a reeleição do chefe do Executivo: eleger aliados bolsonaristas no Senado e reforçar apoio estadual com governadores. Para isto, levará consigo alguns ministros que já se colocam como candidatos e palanques certeiros para o ano que vem.

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Especialistas ouvidos pelo SBT News avaliam que a falta de resultados concretos da gestão Bolsonaro nestes últimos três anos o motivou a buscar apoio de políticos que rejeitou no início do mandato. Com isso, a aproximação não se enquadra apenas ao PL, mas a partidos que já compõem a base no Congresso, como o PP e o Republicanos.  

Com a ida de Bolsonaro ao partido de Valdemar, devem seguir o mesmo caminho alguns ministros, como Onyx Lorenzoni (Trabalho), que concorrerá ao governo no Rio Grande do Sul, e Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), que deve disputar o governo de São Paulo. Há, ainda, Gilson Machado (Turismo), que deve se lançar candidato ao Senado, e Marcelo Queiroga (Saúde), que pode concorrer ao governo paraibano. 

Outros aliados, como as ministras Flávia Arruda (Secretaria de Governo) e Tereza Cristina (Agricultura) miram corrida ao Senado, bem como o ex-ministro de Meio Ambiente Ricardo Salles. 

Centrão no Congresso

Diferentemente de 2018, quando Bolsonaro foi eleito pelo PSL -- sigla que tinha apenas um deputado e cresceu para 52 --, agora o presidente está em uma legenda relevante, que participou de todos os antigos governos. É como avalia Thiago Vidal, gerente de análise político da Prospectiva Consultoria. Por isso, independentemente de uma eventual reeleição, a estratégia é ampliar bancadas e encher assembleias legislativas. 

"Entre as principais diferenças entre o Bolsonaro de 2018 e o atual estão a aliança com outros partidos e a questão financeira. Independentemente de acordos, a sigla é estruturada. O PSL não só era pequeno, como desorganizado."

Os mais otimistas da legenda já dizem que, na Câmara, a bancada chegará a 70 deputados. Atualmente, são 43. A expectativa é de que cerca de 25 parlamentares do PSL da ala ideológica migrem do partido na próxima janela partidária, em março, ou na oficialização do União Brasil, sigla criada a partir da fusão do DEM com o PSL. 

No Senado, são cinco parlamentares, entre eles, um dos filhos do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (RJ), que assinou filiação na mesma cerimônia de ingresso do pai. Segundo integrantes do PL, o principal objetivo de investir nas candidaturas ao Senado é trocar o perfil da Casa, torná-la tão governista quanto a Câmara está. 

"Se, por um lado, ele fez um esforço para abraçar a Câmara - e tem dado resultados com [o presidente da Casa, Arthur] Lira. No Senado, não tem sido bem sucedido. As principais agendas do governo estão empacadas lá e, quando avançam, é a contragosto. Ele [Bolsonaro] não tem uma base forte entre os parlamentares mais experientes", disse Vidal.

Negociações nos estados

Valdemar e Bolsonaro estão de olho, principalmente, nos três colégios eleitorais mais importantes do país: Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, que reúnem cerca de 40% do eleitorado. Mas o PL, por ser tradicionalmente uma sigla de Centro, já se aliou tanto à esquerda quanto à direita -- no resultado que fosse mais conveniente. Há, no entanto, a briga pelos apoios estaduais, que esbarram nas negociações por nomes ao Congresso Nacional e aos Executivos locais. 

É como explicou Geraldo Tadeu, cientista político e coordenador do Cebrade-Uerj (Centro Brasileiro de Estudos e Pesquisas sobre a Democracia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro): "Ampliar a bancada é de onde extrai tempo de televisão, fundo partidário, cláusula de barreira. Alianças que podem garantir esse trunfo, que é a bancada federal. Isso implica em apoiar um governador de esquerda no Nordeste e um de direita no Sul. É uma composição sempre que leva em conta a maior vantagem possível no seu quadro estadual". 

Durante seu discurso no evento de filiação, Bolsonaro acenou publicamente aos partidos do Centrão e disse que "nenhum partido será esquecido". "Queremos sim compor coligação para senador, para governador. (...) O que queremos é cada vez mais ter menos diferenças entre nós. Quem ganha com isso é o Brasil", disse o presidente na ocasião.

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