Bolsonaro ainda aposta na criação do partido Aliança
Novo partido coleta assinaturas populares para viabilizar registro junto ao TSE
André Anelli
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) negocia com partidos como Patriota, PP, PL e Republicanos, para que consiga viabilizar a candidatura à reeleição em 2022. Mas a tentativa de criação da agremiação própria não foi deixada de lado. O Aliança Pelo Brasil segue colhendo assinaturas para atingir o apoio mínimo necessário de 0,5% dos votos recebidos pela Câmara dos Deputados na última eleição. As cerca de 492 mil assinaturas necessárias, atualmente, são o número estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para dar prosseguimento à criação do novo grupo político.
Nesta semana, em Brasília, o SBT News encontrou pessoas a serviço do novo partido, que coletavam assinaturas de apoiadores. O formulário ( foto ilustrando a reportagem) apresenta o CNPJ da Aliança e pede informações como nome completo, contato telefônico e dados do título de eleitor. Na parte inferior, há ainda a opção de assinatura ou impressão digital, caso o apoiador seja analfabeto. O formulário ainda deixa claro não se tratar de uma filiação, mas apenas de manifestação de apoio à criação do novo partido.
A reportagem conversou com dois responsáveis pela abordagem de apoiadores. Eles disseram que estão em 30 pessoas espalhadas só no Plano Piloto, pelo menos até a próxima semana. Cada um deles tem a meta diária de coleta de 60 assinaturas. Outras equipes trabalham simultaneamente em outras regiões administrativas do Distrito Federal e em outros estados do país.
A coleta de assinaturas populares é apenas a segunda de quatro etapas para a criação de um partido. Registro civil (1) Apoiamento de eleitores (2) Registro dos órgãos partidários nos Tribunais Regionais Eleitorais (3) e Registro do estatuto e do órgão de direção nacional do Tribunal Superior Eleitoral (4). Na última etapa, o Ministério Público Eleitoral ainda julga se concede ou não o registro da nova agremiação. Os processos precisam ser cumpridos até 6 meses antes da disputa eleitoral, ou seja, abril de 2022.