Clarissa Garotinho diz que nunca renegará os pais em suas campanhas

Clarissa Garotinho (Pros), nona candidata à Prefeitura do Rio a ser sabatinada pelo SBT News, disse que jamais irá renegar ou mesmo esconder seus pais, os ex-governadores Anthony Garotinho e Rosinha Matheus, de suas campanhas a fim de diminuir sua rejeição e conseguir uma votação mais expressiva.

"Eu sei que meus pais sofreram muitas injustiças e isso foi mal compreendido na cabeça da população. Tem gente que até diz 'Clarissa, esconde sua família, nega o seu pai, que assim você vai ganhar mais votos', mas nunca vou fazer isso. Família é uma coisa sagrada. Uma pessoa que trai a própria família jamais deveria ganhar a confiança da população", afirmou a candidata nesta 5ª feira (5.nov) para os jornalistas Isabele Benito e Humberto Nascimento.

Esta é a primeira vez que Clarissa é cabeça de chapa em um pleito no Executivo municipal. Em 2012, a jornalista foi vice-candidata à Prefeitura do Rio do atual presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM). A coligação terminou em terceiro lugar.

A deputada federal também foi questionada sobre o apoio dado ao então candidato Marcelo Crivella em 2016 e sua permanência no governo como secretária municipal de Desenvolvimento, Emprego e Inovação entre 2017 e 2018. Clarissa diz ter acreditado no candidato do Republicanos quando ele afirmou que iria "cuidar das pessoas", mote da campanha de seu primeiro mandato. A candidata do Pros explica que abandonou o governo "a partir do momento em que não havia mais rumo" e que o prefeito já não aceitava suas críticas e sugestões. 

"Não me arrependo, porque ele disse que iria cuidar das pessoas. Infelizmente, ao longo do governo, a gente viu que não aconteceu. O Crivella é uma boa pessoa, mas ele não deu conta de ser prefeito da nossa cidade e quem diz isso não sou eu, são os números. O Rio de Janeiro diminuiu em 34% a cobertura do programa de Saúde da Família. Nós temos hoje 17 mil pessoas vivendo nas ruas do Rio. A pobreza cresceu na nossa cidade. Então, esse não é um governo que cuidou as pessoas" ? arrematou Clarissa.

Perguntada se apoiaria a candidata Martha Rocha (PDT), que figura em terceiro lugar nas pesquisas, em um possível segundo turno com Eduardo Paes (DEM), disse que não debate pesquisas de intenção de votos porque estas "erraram muito" nas últimas eleições, segundo a candidata, e o que vale é o voto na urna no dia 15. No entanto, Clarissa criticou a atuação da adversária quando estava à frente da chefia de Polícia Civil no governo Cabral: "É estranho uma mulher, candidata, dizer que vai combater as máfias, quando, na verdade, foi chefe da Polícia Civil do Sérgio Cabral, um dos governos mais mafioso e corrupto da história do nosso estado. Ela não abriu caixa preta nenhuma, ela não viu nada. Ela tinha à disposição escutas telefônicas policiais e ela não viu nada do que estava acontecendo ali, ao lado dela?!". A candidata também cita o crescimento de 300% das milícias nesse mesmo período, se baseando no relatório da CPI das Milícias, de 2008, da Assembleia Legislativa do Rio.

Um tema recorrente na campanha política carioca é a manutenção das Organizações Sociais (OSs) na gestão das unidades de saúde. Sobre isto, Clarissa Garotinho disse não recriminar o uso das OSs, mas sim a escolha de quais vão administrar os hospitais. "[As OSs] Não foram bem selecionadas. O Eduardo Paes, quando trouxe essas empresas para a cidade, escolheu as que já respondiam a mais de 300 processos no Sul do país. Estava na cara que isso ia dar errado. Então, o que a gente precisa é escolher bem as empresas que vão ajudar o município a administrar a saúde", explicou a deputada, que afirmou que, se eleita, irá aumentar a fiscalização nas unidades e nos contratos.