Economia

Varejo projeta maior Natal dos últimos 10 anos com faturamento de R$ 72 bilhões

Cenário é resultado da baixa taxa de desemprego e maior renda; alta demanda deve gerar até 112,6 mil empregos temporários

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Compras de Natal devem movimentar R$ 72 bilhões no varejo brasileiro | Agência Brasil

As vendas de Natal devem aquecer o varejo brasileiro. É o que aponta uma nova pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que prevê faturamento de R$ 72,71 bilhões para as lojasmaior volume desde 2015, quando foram registrados R$ 71,33 bilhões.

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Caso se confirme, a cifra representará um crescimento de 2,1% em relação à mesma data de 2024, sendo o melhor Natal desde 2014, quando o varejo movimentou R$ 77,26 bilhões na mesma data.

Segundo a confederação, a previsão pode ser justificada pela conjuntura ainda favorável do mercado de trabalho, que observa uma taxa de desocupação historicamente baixa (5,6% no trimestre encerrado em setembro). Também há o crescimento da massa real de rendimentos, que acusou avanço de 5,5% ante o mesmo período do ano passado.

Em contrapartida, o encarecimento do crédito tende a frear a expansão mais significativa do consumo para a data. Dados do Banco Central mostram que a taxa média de juros das operações de créditos livres destinados às pessoas físicas (58,3% ao ano) se encontra no maior patamar para a época desde 2017, potencializando o aumento da inadimplência.

“Em um ano de desaceleração da economia e do comércio, a estimativa representa esperança para os varejistas, que podem compensar uma parte das dificuldades causadas pelo alto custo de acesso ao crédito e endividamento da população no Brasil ao longo de 2025. Esperamos entrar em 2026 com bons resultados para os comerciantes”, disse o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.

A previsão é que o ramo de hiper e supermercados seja o destaque em termos de movimentação financeira no Natal, respondendo por 43,3% (R$ 31,51 bilhões) do volume total. Em seguida, aparecem o setor especializado em itens de vestuário, calçados e acessórios, que deve faturar R$ 22,82 bilhões, e as lojas especializadas na venda de artigos de uso pessoal e doméstico (R$ 8,69 bilhões).

Contratação temporária

A alta demanda nos estabelecimentos irá estimular a contratação temporária de funcionários. Ao todo, a CNC prevê 112,6 mil vagas temporárias para o período, sendo que 12,1 mil ou 11% dos trabalhadores deverão ser efetivados.

O maior número de vagas será aberta no setor de hiper e supermercados (49,42%), seguido por lojas de vestuário e calçados (22,58%) e utilidades domésticas e eletroeletrônicos (16,82%). Em relação à remuneração, a estimativa é que o valor médio fique em R$ 1.983,54, valor 7,4% maior do que o registrado nas vagas temporárias do ano anterior — 2,7% acima da inflação acumulada nos últimos 12 meses.

Impacto no bolso dos consumidores

A variação média de preços da cesta típica de produtos relacionados à data aponta um aumento de 2,5% diante dos preços encontrados no Natal de 2024. O maior aumento do custo dos presentes é projetado para itens como joias e bijuterias (+20,5%), artigos de maquiagem (+8,4%) e livros (+7,2%). Por outro lado, aparelhos telefônicos (-7,2%), TVs, aparelhos de som e de informática (-4,5%) e vinhos (-1,2%) devem ficar mais baratos do que em 2024.

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