Super Quarta: entenda como as decisões sobre juros no Brasil e nos EUA afetam a economia
Bancos centrais dos dois países devem anunciar decisões nesta quarta-feira (20), com impacto no dólar, entre outros
Esta quarta-feira (20) vem sendo chamada de Super Quarta por investidores brasileiros porque serão divulgadas duas importantes decisões sobre juros, nos Estados Unidos e no Brasil.
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve, o banco central americano, deve decidir se mantém a taxa de juros no país entre 5,25% e 5,5% ao ano ou se corta e reduz o custo do crédito no país. Como o patamar dos juros é o maior desde 2001, a expectativa, no início do ano, era de cortes ao longo de 2024. Mas dados de inflação acima do esperado reforçaram apostas na manutenção da taxa de juros norte-americana por mais tempo.
No Brasil, o Comitê de Política Monetária do Banco Central, conhecido como Copom, deve anunciar um novo corte nos juros. A taxa Selic (os juros básicos do país), hoje em 11,25%, deve cair para 10,75% ao ano. Mas a alta nos preços – como no caso dos alimentos – pode levar a autoridade monetária a repensar o ritmo da queda.
Por que a taxa de juros é importante?
A taxa de juros dos países determina o custo para financiamento de imóveis, empréstimos para investimentos de empresas e até das compras parceladas no comércio. Quanto mais altas as taxas, mais caro fica o crédito – e menor a demanda por financiamento, possivelmente diminuindo a pressão inflacionária. Quando a inflação está sob controle e é preciso estimular a demanda por investimentos e consumo, no sentido oposto, as autoridades monetárias decidem baixar as taxas de juros.
Qual o impacto no dólar?
Quanto maior a taxa de juros nos Estados Unidos, mais atraentes ficam os títulos do Tesouro norte-americano para investidores globais. Para competir com esse investimento, considerado muito seguro, os países emergentes, como o Brasil, precisam pagar retornos (juros) maiores para os investidores. Quanto menor a diferença entre os juros do Brasil e o dos Estados Unidos, por exemplo, menos atrativo fica o nosso país para os investidores estrangeiros, que trazem dólares para cá.
Quando os dólares saem do Brasil rumo a outros destinos, o valor da moeda norte-americana sobe em relação ao real. Foi o que aconteceu nesta segunda-feira (18), quando o dólar fechou acima de R$ 5 pela primeira vez no ano.
