Produção industrial do Brasil cresce 4,1% em junho, maior alta em quatro anos
Dado é da Pesquisa Industrial Mensal, do IBGE; percentual interrompe dois meses consecutivos de queda
Guilherme Resck
A produção industrial do Brasil cresceu 4,1% na passagem de maio para junho, segundo a Pesquisa Industrial Mensal, divulgada nesta quinta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O percentual interrompe dois meses consecutivos de queda e é o maior desde julho de 2020, quando houve uma alta de 9,1%.
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Ainda de acordo com o IBGE, com os resultados de junho, a indústria ultrapassou o patamar pré-pandemia (2,8% acima de fevereiro de 2020), mas está 14,3% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.
O gerente da Pesquisa Industrial Mensal, André Macedo, diz que o avanço mais acentuado observado em junho "está relacionado não só com a base de comparação depreciada, explicada pelos dois meses consecutivos de queda na produção, mas também pela volta à produção de várias unidades produtivas que foram direta ou indiretamente afetadas pelas chuvas ocorridas no Rio Grande do Sul em maio".
Em junho, das 25 atividades apuradas pela pesquisa, 16 tiveram crescimentos. Os destaques são coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4%), produtos químicos (6,5%), produtos alimentícios (2,7%) e indústrias extrativas (2,5%).
"Na atividade de produtos derivados de petróleo e biocombustíveis, observa-se um ganho acumulado de 6,2% em dois meses consecutivos de expansão na produção", disse André Macedo.
Ele ressalta que essa atividade vinha de um "comportamento predominantemente negativo entre dezembro de 2023 e abril desse ano". "O crescimento recente vem sendo impulsionado, principalmente, pelo álcool e pelo grupamento de derivados do petróleo".
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Em relação ao setor de produtos químicos, cuja produção havia recuado 2,7% em maio, ele explica que, de forma direta ou indireta, "sofreu com os impactos das chuvas que afetaram o Rio Grande do Sul".
"Algumas plantas industriais tiveram paralisações. Com isso, o avanço observado em junho é, primordialmente, um fator de compensação, mas que suplanta a queda assinalada em maio".
Entre as nove atividades que tiveram queda na produção em junho, outros equipamentos de transporte (-5,5%) exerceu o principal impacto e interrompeu dois meses consecutivos de crescimento.
"As influências negativas sob o resultado vêm tanto das motocicletas como da parte relacionada ao segmento de bens de capital, como os itens embarcações e aviações. É importante destacar que é uma atividade que exerce pouca influência na indústria geral, cerca de 1%", explicou André.
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Em comparação com junho de 2023, a produção industrial do Brasil cresceu 3,2% no mês passado, com resultados positivos em todas as grandes categorias econômicas.
Segundo o IBGE, entre as atividades, as principais influências positivas no total do setor foram registradas por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4,3%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (17,5%), produtos alimentícios (2,4%), veículos automotores, reboques e carrocerias (5,9%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (18,4%).
Sete atividades tiveram redução na produção, com destaque para impressão e reprodução de gravações (-22,8%).