PF abre investigação para apurar fake news contra futuro presidente do BC
Inquérito atende pedido da AGU e quer descobrir responsáveis por atribuir falsas declarações de Gabriel Galípolo que intereferiram no mercado financeiro
Murilo Fagundes
A Polícia Federal instaurou um inquérito para investigar a disseminação de fake news envolvendo falsas declarações de Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e futuro presidente do Banco Central. Conforme fontes da corporação, a investigação foi iniciada nesta quinta-feira.
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A apuração foi iniciada a pedido da Advocacia-Geral da União. Na última terça-feira (17), foram identificadas postagens fraudulentas em um perfil na plataforma X (antigo Twitter), que atribuíram declarações falsas a Galípolo. Embora as alegações tenham sido desmentidas pelo Banco Central, as informações incorretas ganharam repercussão entre analistas econômicos, o que acabou afetando a cotação do dólar.
Tanto na terça, quanto na quarta, a moeda americana bateu recordes em sua cotação no Brasil. Nesta quinta-feira, ela fechou em queda e está cotada a R$ 6,12.
No pedido feito à Polícia Federal, a Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia justificou que a disseminação dessas notícias falsas prejudica a percepção do mercado e compromete a eficácia das políticas de estabilização cambial. A procuradora Karina Nathércia Lopes destacou que manifestações em plataformas digitais não devem ser usadas para espalhar desinformação sobre políticas públicas nem para enfraquecer a legitimidade das instituições democráticas.
Galípolo foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a presidência do Banco Central e tomará posse no cargo em janeiro. Nesta quinta-feira, durante uma entrevista no BC ao lado do atual presidente, Roberto Campos Neto, ele refutou uma tese que vinha sendo disseminada, de que houve um ataque especulativo para prejudicar o país e aumentar a cotação do dólar.
"Não é correto tentar tratar o mercado como um bloco monolítico, uma coisa só, coordenada. Mercado funciona geralmente com posições contrárias, tem alguém comprando e alguém vendendo. Quando o preço de ativo se mobiliza em uma direção, têm vencedores e perdedores. Ataque especulativo não representa bem como o movimento está acontecendo no mercado hoje", analisou.
Com informações da Agência Brasil