Lula visita centro de distribuição em SP e destaca investimentos em meio à tensão econômica global
Durante anúncio de R$ 34 bilhões em investimentos no país, presidente mandou mensagem a Trump: "o Brasil está seguro porque nós temos um colchão de 350 bilhões"
Simone Queiroz
Entre caixas e pacotes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou o centro de distribuição do Mercado Livre, o maior do país e líder em comércio eletrônico da América Latina, localizado em Cajamar, na região metropolitana de São Paulo. Ele experimentou um pouco da rotina dos quase 10 mil trabalhadores do local, que despacham mercadorias compradas pela internet para cidades de todo o Brasil.
A visita marcou o anúncio de um novo ciclo de investimentos da empresa no país. Serão R$ 34 bilhões e a expectativa é de ampliação do quadro de funcionários para 50 mil colaboradores.
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A notícia chega em um momento de apreensão na economia mundial, marcado pelo tarifaço imposta por Donald Trump, que elevou em 10% o imposto sobre produtos brasileiros. Em meio à instabilidade nos mercados globais, Lula evitou mencionar diretamente a medida americana, mas fez questão de destacar os feitos de seu primeiro mandato como garantia da resistência do país frente a crises.
“Pagamos a dívida externa brasileira, 30 bilhões de dólares. Pela primeira vez, fizemos uma reserva de 370 bilhões de dólares, o que segura esse país até hoje contra qualquer crise, qualquer crise. Mesmo o presidente Trump falando o que ele quer falar, o Brasil está seguro porque nós temos um colchão de 350 bilhões que dá ao Brasil e ao Fernando Haddad uma certa tranquilidade”, afirmou o presidente.
Lula também enfatizou a importância da responsabilidade interna diante dos desafios econômicos globais.
“Está nas nossas mãos, não depende de ninguém. Não depende dos EUA, não depende da Argentina, não depende da China, depende de nós, brasileiros”, completou.
Durante o discurso, foi possível notar dois curativos no presidente. Lula explicou que o do rosto foi resultado de um procedimento dermatológico, e o da mão, um arranhão causado por um dos cachorros da família.
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